And the Oscar goes to… Donald Trump!
O candidato republicano passou toda campanha pregando discurso machista, reacionário e racista. Bastou derrotar a frágil adversária democrata para defender a reconciliação dos americanos. Esse é o roteiro político natural em qualquer lugar do planeta. Na terra do cinema, o bilionário Donald Trump ganhou o Oscar eleitoral pela autenticidade extremista – para muitos, chocante – enquanto Hillary Clinton foi reprovada no papel de coadjuvante do presidente Barack Obama e de dezenas de astros e estrelas da música, da ficção e do esporte. Obama, aliás, tinha razão quando chamou Lula de “o cara”, afinal o petista cumpriu a missão em que ele fracassou: eleger a sucessora.
Fenômeno que se repete
Os EUA não são uma ilha isolada, muito pelo contrário. Repetiu-se a ausência de quadros que realmente motivasse o eleitor a acreditar no futuro. Pior por pior, venceu o legítimo americano: branco, autoritário e patriota ao extremo, convencido de que o 1º Mundo está restrito às suas fronteiras. Lá também a imensa maioria dos institutos de pesquisa errou feio e os analistas políticos derraparam em suas previsões. Um fenômeno que tem se repetido mundo afora. O eleitor silencioso aprendeu a se blindar do bombardeio de opiniões e especulações. Agora é esperar qual a reação de milhares de americanos que prometeram deixar o país caso Trump fosse eleito, mesma situação ocorrida no Brasil após a reeleição de Dilma em 2014.
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Exagero e sobrevivência
Os mais catastróficos já falam em um novo Adolf Hitler, 3ª Guerra Mundial e começo do fim do mundo. Exagero sem fim. Trump tirou o pé do acelerador e travou a língua no primeiro discurso como presidente eleito. O bilionário inconsequente vestiu o figurino de conciliador e até elogiou a determinação da adversária. Era previsível que um perfil empresarial e anti-político como o de Trump, mais cedo ou mais tarde, chegasse ao comando da Casa Branca. E se os americanos sobreviveram ao ex-presidente George W. Bush, Trump não mete tanto medo assim.
O efeito em terras brasileiras é sintomático. Frase do deputado federal Jair Bolsonaro: “Parabéns ao povo dos EUA pela eleição de Donald Trump. Vence aquele que lutou contra tudo e contra todos. Em 2018 será o Brasil no mesmo caminho”. Observando a tendência mundial, a previsão do parlamentar ultradireita faz todo sentido. A caixa de ressonância americana trabalha a todo vapor.
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