Dois sites de notícias e um jornal diário de Goiânia veicularam, recentemente, informações sobre o dia a dia das garotas de programa. Algumas delas insistem em assegurar ganho mensal entre R$ 15 mil a R$ 30 mil com seus clientes, mesmo em período de extrema crise financeira. Enquanto isso as páginas da seção de Classificados dos jornais estampam promoções de encontros a 50 reais com local próprio e cortar algumas mordomias.
Aí você pergunta: qual das duas situações está mais próxima da realidade? Resposta: as duas. O mercado da prostituição é muitíssimo parecido com o do futebol. Poucas ganham fortunas, vivem um mundo de viagens e glamour, enquanto milhares vendem o almoço para comprar a janta.
Um dos anúncios no jornal “O Popular” desta quarta-feira, 23, informa que a promoção de Ana Kelly (nome fictício) engloba local “sem frescura” por 50 reais, aceitando cartão de crédito. Já Raquel Tavares (outro nome fictício) se gaba ao site de notícias por ter adquirido apartamento próprio, carro importado e realizar pelo menos uma viagem internacional por ano.
Jogadores
Noventa por cento dos jogadores profissionais no Brasil também ganham entre um e três salários mínimos, sonhando acordados com a fama e a fortuna de Fred, Robinho e Diego, pra citar apenas três exemplos. Atingir o patamar de Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo representaria o mesmo que acertar na Mega Sena.
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Sem trocadilhos, a realidade nua e crua da cama e do campo exige altas doses de transpiração e sorte. Para a mídia em geral, o importante é trabalhar o paradoxo entre o luxo das glamourosas e o lixo de histórias como a contada por Bruna Surfistinha em livro e depois no cinema.
A realidade da personagem interpretada com sucesso pela atriz Débora Secco, aliás, deveria ser o parâmetro para as mulheres que ainda planejam ficar ricas com a prostituição. O tamanho da cicatriz emocional pode diminuir a sensação do objetivo alcançado.
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