Em briga de marido e mulher não se mete a colher. O ditado popular recomenda, mas nem sempre é possível evitar o pitaco. O cantor sertanejo Victor, da dupla com o irmão Léo, decidiu assumir o papel de vítima no episódio da suposta agressão contra a esposa Poliana Bagatini, grávida de quatro meses. Durante show em Biguaçu (SC), ele desabafou: “Quando eu vi aquele tantão de gente condenando sem julgamento algum, minha ficha caiu na hora e eu disse: já fui igualzinho a vocês. Agora sou menos”. O que é a vida?! Victor Chaves subiu no banquinho, literalmente, e não conseguiu controlar a língua.
Reação previsível do público
É o típico comportamento das celebridades que julgam ter contornado uma crise pontual na carreira. O mais grisalho dos irmãos apenas esqueceu de lembrar que o imbróglio foi parar na Delegacia Especializada de Proteção à Mulher de Belo Horizonte justamente por manifestações da esposa, Poliana; da mãe, Marisa; e da irmã, Paula. Se o sertanejo deu chutes na atual companheira – o laudo do Instituto Médico Legal (IML) nada constatou – os envolvidos é que podem dizer, mas a reação do público era previsível em função da baixaria que tomou conta do noticiário. Tudo devidamente registrado em dois Boletins de Ocorrência (BO).
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Investigações continuam
Ignorar o desentendimento em nome de proteção à família não cola. A repercussão custou ao cantor a cadeira no programa The Voice Kids, líder de audiência aos domingos na Rede Globo, e uma carga negativa sem fim na imprensa e redes sociais. “Sinceramente, eu julgava tão fácil, condenava tão fácil quando eu via alguma coisa na tevê com a qual nem tinha ligação alguma”, ressaltou no discurso. Enfim, o cantor “perdoa” seus críticos. Mas como ele pode protagonizar algo tão superior se nem todos os fatos foram devidamente esclarecidos? A polícia mineira, contrariada pelo tempo perdido com a briga de família, ainda investiga as imagens do circuito interno para encerrar o caso.
Trocando em miúdos: episódio como o “tapas e beijos” entre Victor e Poliana – com participação especial de parentes – acontece todos os dias em milhares de residências do país. E não adianta lutar contra os fatos. O sangue atinge a mesma fervura na laje ou na cobertura. A diferença está na nomenclatura: barraco para a pobreza e desavença para a elite.
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