“Me suspenderam, tiraram meu direito de fala na Câmara, demitiriam pessoas ligadas a mim”, disse o vereador Tayrone di Martino (PT) sobre a represaria que sofreu de seu partido por ter se manifestado contra o aumento do IPTU. Segundo ele, que ainda não sabe se permanecerá na legenda, a punição foi a pedido do prefeito Paulo Garcia (PT).
O vereador afirma que hoje não há mais diálogo com o prefeito. “Nunca mais falei com ele”. Apesar de acreditar que Paulo tenha boas intenções, Tayrone diz que ele se perdeu no poder e não tem feito boa gestão por falta de planejamento e diálogo. “Não sabia disso quando ajudei nas primeiras vezes. Achava que seria um bom prefeito, mas só conhecemos as pessoas quando estão no poder”, afirmou o vereador, que diz torcer pela melhora da gestão.
IPTU
O valor do IPTU foi definido em 57,8% para o ano que vem e 29,7% para 2016. Tayrone defende que a prefeitura precisa de recursos, porém, “primeiro deve enxugar a máquina pública. Diminuir número de comissionados, acabar com gastos supérfluos”, disse. Para ele, a prefeitura tem condição de primeiro dar o exemplo. “E precisa mostrar os benefícios para poder cobrar. Acabar com problemas de saneamento, dar saúde de qualidade, dentre outras coisas. A população vendo benefícios compreende o aumento, se for justo. O aumento tem que ser gradativo. Ano a ano, para população se adequar e não tudo de uma vez, como está sendo feito”.
Câmara
Sobre o presidente da Câmara, o vereador Clécio Alves (PMBD), di Martino afirma que a gestão poderia ter sido melhor. Ele acredita que faltou diálogo e participação popular. Tayrone aponta como falha a redução de possibilidades de sessões. “Com essas limitações, a Câmara deixou de fazer grandes debates da cidade. Tem que abrir as portas”.
Apesar da posição bem definida, Tayrone fala que não tem pretensão de ser presidente da Câmara, porém, não negaria se fosse colocado lá. “Eu faria um bom trabalho. Digo o mesmo se fosse indicado a concorrer como prefeito. Não sou omisso. Mas não tenho vaidade de buscar isso”.
Gomide
Tayrone era candidato a vice-governador na chapa de Antônio Gomide (PT), mas desistiu no meio da campanha. O vereador justifica, que ele não era bem quisto na campanha e por isso a deixou. “Não era nem cumprimentado nos eventos do Gomide. O prefeito disse que eu não era de confiança, fui perseguido. Gomide e seu grupo deviam ter me defendido. Devia ter ficado do meu lado”.
De acordo com Tayrone, quando foi suspenso pelo partido, isto aconteceu de forma indevida. Ele relata que teve 9 votos, quando precisava de 12 para ser suspenso. “Ele (Gomide) não deveria ter admitido esta injustiça em relação a mim”.
Questionado se houve alguma motivação financeira para a desistência, di Martino nega. “Minha vida é um livro aberto. Podem fiscalizar o sigilo bancário de toda a minha família”, e conclui: “Quem inventou estes boatos terá de responder na justiça”.
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