Dos 15 mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Civil (PC) na manhã desta 5ª feira (19) em Goiânia e Aparecida, 7 foram deflagrados contra servidores com contrato vigente no Legislativo e no Executivo aparecidense.
Eles são investigados pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) por uma suposta fraude na licitação para a construção da nova sede da Câmara de Aparecida.
Embora haja indícios de fraude, o Judiciário apontou que não há provas suficientes da efetiva participação dos servidores.
Os nomes foram apontados porque constam no processo licitatório e, segundo o Judiciário, precisam ser avaliados pela investigação.
4 citados na Operação Dose Dupla são servidores da Câmara Municipal:
- Luciana Alves e Silva, atendente de recepção na Câmara Municipal;
- Lyz Regina Gonçalves, diretora-geral da Câmara Municipal;
- Paulliany Ferreira Queiroz, redatora na Câmara Municipal;
- Zanone Rodrigues Pereira, assistente na Câmara Municipal.
O ex-diretor de compras da Câmara Municipal Fabrício Leandro de Souza também foi alvo das buscas e apreensões.
Atualmente, ele não é mais servidor do Legislativo e hoje trabalha na Secretária de Desenvolvimento Urbano (SDU).
Procurada pela Folha Z, a Câmara Municipal de Aparecida se manifestou por meio do seu Procurador-Geral, Victor Hugo Pereira, que explicou que os 5 casos são distintos.
Conforme o procurador, existem servidores comissionados que assumiram o cargo em 2021, que não estavam nos quadros da Casa na data dos fatos e assessores que já foram até mesmo exonerados, a exemplo do ex-diretor de Compras.
Victor Hugo ainda citou que há servidores de carreira lotados em áreas que não guardam pertinência com o objeto das investigações.
O procurador explicou ainda que a Câmara Municipal não vai aplicar sanções aos servidores mencionados de imediato e que vai aguardar a conclusão das investigações.
“A Casa de Leis se colocou à disposição das autoridades policiais de maneira institucional e reiterou que nenhum dos servidores estão na condição de réu, mas sim de investigados”, finalizou Victor Hugo.
Outros 3 são servidores da Prefeitura de Aparecida de Goiânia.
- Davi Mendanha Lorelo, secretário de Desenvolvimento Urbano (SDU) e primo do ex-prefeito Gustavo Mendanha;
Entre 2017 e 2020, Davi foi Procurador-Geral da Câmara, mesmo período que o o atual prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, presidia o Legislativo. - Marcos Bueno de Brito, assessor especial do gabinete do prefeito;
- Olair Silva Gomes, assessor especial do gabinete do prefeito.
Ambos assessoraram Vilmar Mariano na presidência da Câmara.
Em entrevista à Folha Z, o secretário Davi Mendanha afirmou que não vê sentido na investigação existir e disse ter total tranquilidade com a apuração da PC.
A reportagem ainda não localizou a defesa de Marcos Bueno e Olair Silva. O espaço segue aberto para manifestações.
Prefeito Vilmar Mariano
Em nota, assessoria de Vilmar Mariano ressaltou que o chefe do Executivo aparecidense está à disposição de todos órgãos de controle da administração pública e respeita o trabalho da polícia.
O prefeito afirmou ainda que não haveria necessidade das buscas e apreensões porque todos os suspeitos sempre estiveram à disposição das autoridades e, sobretudo, porque o processo de construção da sede própria da Câmara de Aparecida ocorreu com lisura total.
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