Deputado federal delegado Waldir quer ser prefeito de Goiânia e já tem planos para trocar de partido e derrotar as grandes forças marconistas e iristas na cidade
Por Marco Faleiro
Recordista de votos em Goiás na sua eleição para deputado federal, o delegado Waldir Soares (PSDB) quer ser prefeito de Goiânia a todo custo. Envolvido numa relação muito complicada dentro do partido, Waldir demonstra estar resoluto de que seu caminho é a busca por outra sigla que abrace sua candidatura. Em visita à redação do Folha Z, ele admitiu que o seu destino deve ser o Partido Novo, recém autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O PSDB não gosta de mim, mas é igual o Zagalo já disse: eles me engolem”, afirmou.
Analisando seus prováveis adversários para o pleito, o deputado se diz animado com as recentes pesquisas de intenção de voto realizadas na capital. O estudo divulgado pelo Instituto Paraná em setembro, por exemplo, colocou Waldir em terceiro lugar (15%), atrás de Iris Rezende (38%) e Vanderlan Cardoso (18%). Mas o delegado afirmou estar contente com o resultado.
Para ele, esses dois possíveis candidatos já participaram de inúmeras eleições em Goiás, ocuparam cargos majoritários e estão sempre expostos na mídia. “Ser lembrado espontaneamente pelo eleitor é uma alegria”, destacou. E ainda completou, dizendo que seu sonho é ser prefeito e fazer o que Marconi nunca conseguiu: vencer Iris, ou seu eventual apoiado, em Goiânia.
Eleitores
Perguntado se aqueles que apoiaram a sua eleição à Câmara Federal não se sentiriam desapontados, Waldir argumentou com um cálculo: “As pesquisas me dão 180 mil eleitores em Goiânia, justamente o número de votos que obtive em 2014. Meus eleitores querem que eu seja prefeito dessa cidade”, disse, na sua costumeira fala entusiasmada.
Além disso, Waldir acredita que cumpre bem seu papel no legislativo desde que assumiu o cargo. Ele destaca os seus “10 Mandamentos”, plataformas de campanha que andam em forma de panfleto velho e desbotado dentro da carteira do delegado. As propostas incluíam redução da maioridade penal e revisão do Estatuto do Desarmamento e, segundo o deputado, já foram ao menos apresentadas à Câmara.
Outro ponto em que insiste o delegado é na sua “maneira nova de fazer política”. Para ele, a independência que tem em relação ao partido e a qualquer capital do setor privado confere-lhe uma vantagem sobre qualquer outro candidato. “Eu mesmo posto nas redes sociais, mantenho contato com os cidadãos por lá e já até mudei meu voto sobre o financiamento privado de campanha por causa dessa interação”, disse.
2016
Segundo o deputado, ele teria consertado Goiás se tivesse sido apontado como secretário de Segurança no início do mandato. Mas, a essa altura, não aceitaria esse convite do governador, que seria “uma tentativa de removê-lo da ideia de se candidatar”. Agora, Waldir quer realizar mais uma “campanha franciscana”, sem pegar dinheiro do partido, assim como em 2014, quando fez até dívidas que pagou com o próprio salário.
Pensando assim, o deputado não se importa com tempo de televisão ou estrutura partidária, coisas que perderia com a desfiliação do PSDB. Ele se garante através da sua imagem isolada. E, curiosamente, tudo isso são qualidades que ele não vê no mais cotado peessedebista: “Quem é Jayme Rincón?”, questionou.
Muito cedo para falar propriamente da pré-campanha, o que resta é acompanhar a movimentação dos bastidores, prenúncio de um ano eleitoral movimentado em Goiânia. Waldir, que deu a largada antes da maioria, já tem até uma promessa a cumprir. “Se for para comandar Goiânia, vou morar na região mais pobre da cidade”, afirmou.
Discussão sobre isso post