A segurança pública talvez seja hoje um dos gargalos do governo e um dos maiores problemas da população. Quando é discutido, o tema envolve toda a sociedade. Mas quando o assunto é abordado nas ruas o que se sente é que a população reclama muito da falta de segurança, ou seja, demonstra insegurança pública.
E em Campinas e nos bairros adjacentes a situação não é diferente. A Praça Santo Afonso, popularmente conhecida como Praça da Matriz de Campinas, se transformou atualmente num problema grave quando se trata de segurança pública. Tráfico e uso de drogas e delitos como furtos, assaltos às pessoas e arruaças, entre outros, se tornaram fatos corriqueiros no local. A falta de segurança e o consequente aumento da violência assustam quem trabalha na praça e quem passa por ela. O problema se intensificou há pouco tempo com a “invasão” de meninos e moradores de rua que passaram a ocupar o logradouro.
“Trabalhamos sob pressão. Elas mandam a gente para aquele lugar e falam que vão quebrar tudo”, disse um comerciante que não quis se identificar alegando que eles se reuniram e decidiram manter o silêncio por terem medo de represálias. Outro comerciante disse que já até atearam fogo numa lanchonete por causa de uma entrevista sobre a violência e a criminalidade na praça. “Cadê a polícia?”, indagou o comerciante ao afirmar que lá os bandidos “roubam tênis, dinheiro de aposentadoria de idosos e tudo de bom que a pessoa tem”.
Expulsão
Na opinião de outro comerciante, os moradores de rua foram expulsos da Praça Joaquim Lúcio e do Dergo e correram para a Praça da Matriz, fato que aumentou a criminalidade no local. “À tardezinha é mais perigoso”, acrescentou.
Para o pároco da Igreja Matriz de Campinas, Padre Valmir Garcia dos Santos, a Praça Santo Afonso virou uma “Cracolândia”. Para ele, a segurança no local é fraca e falha. “Nós temos um problema aqui muito grande porque a Praça da Matriz de Campinas virou uma verdadeira Cracolândia. A distribuição de drogas aqui está muito séria e a polícia está totalmente ausente. Nós não vemos a presença aqui da Polícia Militar e também da Polícia Civil”, denunciou.
Segundo o Padre Valmir, existem dois colégios (Santa Clara e José de Assis) e o Centro Cultural Gustav Ritter no entorno da praça, o que atrai muitos jovens que são abordados por ladrões e traficantes de droga. Segundo o religioso, o problema vem se agravando desde o ano passado. Ele reclamou ainda que antes a polícia convocava os padres, representes de escolas e de outros segmentos para reuniões e ações de segurança pública. “Hoje em dia não temos notícia de mais nada, não somos convocados e eu vejo que está ausente. A polícia não tem realmente uma atuação muito eficaz aqui no nosso setor”, afirmou.
O Padre Valdir disse ainda que recebe muitas reclamações dos fiéis de freqüentam a Igreja e que gostam de freqüentar a praça também. Ele pediu mais atenção da polícia com a Praça da Matriz, um local tradicional de Goiânia. “Aqui foi o começo de Campinas e agora celebrando os 200 anos da Campininha das Flores nós vemos o lugar sendo transformado em Cracolândia, em ponto de distribuição de drogas e em covil de ladrões. As autoridades precisam dar uma atenção melhor e maior para essa praça”. O Padre Valmir ainda reclamou que a câmara de monitoramento eletrônico do local foi retirada de lá pela Polícia Militar há cerca de dois anos.
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