Novas descobertas da Operação Lava Jato revelaram que a empreiteira Odebrecht mantinha um setor inteiramente destinado ao pagamento de propinas, com funcionários dedicados e um sistema eletrônico desenvolvido especificamente para este fim. Os pagamentos indevidos envolvem até mesmo as obras do Aeroporto de Goiânia.
As informações foram anunciadas por delegados da Polícia Federal e procuradores da República em entrevista nesta terça-feira (22/3), na sede da Polícia Federal, em Curitiba.
LEIA MAIS: PMDB goiano rompe com PT e abandona Dilma Rousseff e Paulo Garcia
Em planilhas apreendidas ainda na 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé, foram identificados pagamentos em espécie a centenas de recebedores. O dinheiro, de acordo com as investigações, seria fornecido por meio de até oito contas mantidas por doleiros em favor da Odebrecht. Em apenas uma das contas, foram identificados R$ 66 milhões disponíveis para o pagamento de propinas.
Segundo avaliação dos procuradores do Ministério Público Federal, os pagamentos foram aprovados por diretores responsáveis pela supervisão de obras como as da Arena Corinthians, em São Paulo, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014; de metrôs no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul e do novo Aeroporto de Goiânia.
Padeiro e Comprido
Nas tabelas, constavam valores, endereços e codinomes de recebedores de propina e dos executivos de alto escalão da Odebrecht que autorizavam os pagamentos, entre eles a sigla MBO, que segundo a equipe responsável pela investigação, corresponde a Marcelo Bahia Odebrecht, presidente-executivo da companhia.
No caso do Aeroporto de Goiânia, a “Folha de S. Paulo” informa que o diretor de contrato da empresa, Ricardo Ferraz, aparece em planilhas como responsável por solicitação de pagamentos de R$ 1 milhão a alguém identificado como “Padeiro” e de R$ 400 mil a um certo “Comprido”. Os valores teriam sido repassados em 2014. (Com informações da Agência Brasil)
Discussão sobre isso post