O movimento grevista dos caminhoneiros espalhado por todo o Brasil já soma cinco dias. Com a paralisação, o desabastecimento de combustíveis e alimentos em Goiânia não é uma possibilidade descartada.
Rodoviais estaduais e federais ainda registram pontos de bloqueio mesmo após o acordo estabelecido entre governo e representantes da categoria na noite de quinta-feira, 24.
Dados da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos apontam 24 bloqueios em Goiás e 506 no Brasil. Os números são desta quinta-feira, 24.
Em Goiás, há ao menos 30 pontos de manifestação em rodovias estaduais, segundo informou a Polícia Militar. Há risco desabastecimento na capital.
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Os caminhoneiros lutam pela criação de um piso salarial para o frete pago por empresas, além de exigir o fim do aumento desenfreado do preço do óleo diesel.
As paralisações e concentrações permanecem mesmo após o acordo com parte da categoria porque nem todos aderiram à negociação. Não há previsão de quando as vias serão liberadas.
A paralisação tem gerado a escassez iminente nos postos de combustíveis, além de afetar a distribuição de alimentos para supermercados.
A resistência de parte dos caminhoneiros não agradou ao Planalto, que acionou nesta sexta, 25, as Forças Armadas para intervir nas manifestações.
As Forças Armadas incluem o Exército, Marinha, Aeronáutica, Força Nacional de Segurança e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Porém, a decisão de Michel Temer não agradou parte das forças federais, que temem não ter combustível o suficiente para fazer a ação ostensiva nas rodovias.
A ação inclui apreensão dos caminhões e prisão dos motoristas em caso de resistência.
O acordo
No acordo entre governo e a categoria, ficou estabelecido zerar a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), sobre o óleo diesel neste ano.
Também foi acordado a redução de 10% do preço do óleo diesel nas refinarias, além de permitir que o reajuste do preço siga uma periodicidade mínima de 30 dias.
Desabastecimento em Goiânia
Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto) informou que, até o momento, não foi noticiado sobre odesabastecimento grave em postos de combustíveis de Goiânia.
Segundo o presidente do sindicato, Márcio Andrade, algumas faltas pontuais de etanol foram verificadas, mas de forma esporádica.
O sindicato informa ainda que não possui a relação de onde esse desabastecimento em Goiânia momentâneo foi registrado.
O Sindiposto acredita, no entanto, que, caso o movimento grevista dos caminhoneiros permaneça, um desabastecimento mais severo poderá ser sentido a partir deste fim de semana, quando o estoque dos postos tende a diminuir, o que já ocorre em cidades do interior de Goiás.
A respeito da possível limitação de litros de combustível disponibilizada para os consumidores nos postos, o Sindiposto esclarece que não influencia na política de venda adotada por cada estabelecimento, recomendando, no entanto, que sejam seguidas todas as normas e leis vigentes.
Desabastecimento em Goiânia
Na tarde desta sexta, dois veículos de carga transportaram combustível aeronáutico (querosene) ao Aeroporto Internacional de Goiânia.
Os veículos estavam em Itumbiara e foram escoltados pela PRF até quando entregues à administração da unidade aeroportuária da capital, Santa Genoveva.
Mesmo com o abastecimento, o aeroporto informou que está com restrições de voos a partir desta sexta.
As linhas Gol e Azul já cancelaram, juntas, seis viagens em Goiânia desde o início do movimento dos caminhoneiros.
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