Já tem um bom tempo que Goiânia, assim como outros Estados, se transformou em celeiro de protestos.
A capital de Goiás tem vivenciado um momento peculiar quanto a esses movimentos, principalmente no que diz respeito a sociedade e a segurança pública. É de se considerar que quando em uma capital há policiais acampados na entrada principal do Palácio do Governo do Estado as coisas não vão bem.
Quando estudantes e pessoas que compõem a comunidade goiana se desesperam em terminais de ônibus pela espera exorbitante em conseguirem fazer sua locomoção que seja em busca de estudo, trabalho ou afazeres diários há o que se refletir.
São ônibus que demoram, muitas vezes não passam, quando chegam estão insuportavelmente lotados, não comportam todas as pessoas ou não estão apropriados para receber os passageiros que desse transporte precisam.
E aí vêm as demonstrações de revolta e dor das pessoas. As brigas iniciam. Os confrontos, o embate entre polícia e usuários e o ponto culminante se dá com as prisões, ônibus queimados, pessoas de bem presas e assim seguem os dias na capital e nada se resolve.
As reuniões de autoridades até acontecem. Mas ficam as soluções muitas vezes dentro das salas onde as autoridades se encontraram e será que de fato pensaram em ações para minimizar esses problemas?
Agora, é preciso que haja algumas indagações: até quando a população vai sofrer do mal do transporte que perpetua as décadas? Até quando a sociedade vai ficar sem ter segurança pública? Até quando a polícia vai precisar mendigar remuneração? Por que tem tanto dinheiro para tantas coisas e não tem para as necessidades básicas da população? Por que precisam as pessoas brigarem tanto em variados órgãos públicos e continuarem a ter um serviço precário? O Estado é omisso ou os gestores são negligentes?
Fica aí o cerne da questão dessas palavras que compreendem as manifestações.
Andréia Magalhães é docente na Estácio de Sá/GO, IPOG e Diretora na CGJGO
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