Balanço negativo
Os deputados brasileiros só votaram 70 projetos em plenário, durante todo o primeiro semestre deste ano. Dá pouco mais de um, a cada três dias. E não é por falta de condições técnicas. Exatamente 1.029 estão com pareceres e com tudo prontinho para ir ao plenário. E como neste segundo semestre teremos eleições….
Blocão continua
Engana-se quem pensa que depois do afago do Palácio do Planalto, os parlamentares rebeldes da base aliada sossegaram o facho. Eles vão continuar a pressionar o governo por mais apoio, mais verba e mais diálogo e podem não entrar de cabeça na campanha da presidente Dilma Rousseff. Quem garantiu que o chamado Blocão continua firme e forte é o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). O deputado foi o grande articulador do grupo rebelde que reúne mais de 200 parlamentares.
Prazo de validade
Eduardo Cunha é um dos mais ferrenhos críticos do atual governo e admitiu que se sente desconfortável ao saber que o partido dele, o PMDB, continua na chapa com Dilma Rousseff. Segundo o líder, este é um casamento com prazo de validade e que o PMDB só está no governo e na chapa em respeito ao vice-presidente Michel Temer. Em conversa com este jornalista, Cunha disse que a aliança não passa de dois anos. Depois, cada um segue para um lado.
O xis do problema
Até entre os peemedebistas mais complacentes, segundo o deputado Eduardo Cunha, há uma revolta em relação à postura do atual governo, que atribui a paternidade de todos os programas apenas ao PT. “Isso vai fazer com que o PMDB entre rachado na campanha presidencial”, afirmou.
Arranjo
Por falar em vice, o PSDB vai trabalhar o discurso de que preferiu uma chapa puro sangue, ao lançar o senador Aloysio Nunes como vice do também senador Aécio Neves, na disputa pelo Palácio do Planalto. Mas a verdade não é bem essa. O partido acabou ficando sem opções, já que tentou usar a vaga de vice para atrair o apoio de outras legendas de peso, sem sucesso. O principal alvo foi Henrique Meirelles, o ex-todo poderoso do Banco Central, mas o partido que tem o terceiro maior tempo de TV permaneceu com Dilma Rousseff. O problema é que Aloysio Nunes não é conhecido pela simpatia.
Consolo
Partido que mingua a cada eleição, mas principal aliado dos tucanos desde sempre, o Democratas ganhou um prêmio de consolação na candidatura Aécio Neves: o senador Agripino Maia (RN) será o coordenador da campanha tucana. Com isso, Aécio mata dois coelhos com apenas uma cajadada. Afaga o partido que sonhava em indicar o vice e ainda prestigia o Norte/Nordeste, onde a candidatura tucana, em tese, enfrenta mais resistência, porque é onde o governo tem maior simpatia, principalmente entre a população beneficiada pelos programas sociais federais.
Deu pânico
Enquanto o torcedor brasileiro sofria com o risco de desclassificação da seleção brasileira na partida do último sábado, contra o Chile, no Palácio do Planalto a sensação foi de pânico. A própria presidente Dilma e os assessores mais próximos ficaram apavorados diante da possibilidade de uma reação popular negativa, provocada por uma desclassificação precoce. O grande medo era de isso gerar uma revolta popular, com respingos fortes nas pesquisas de intenções de votos.
Respiro
Passado o susto, a avaliação é de que o pior já passou e que desde então já foi possível capitalizar a volta por cima. Principalmente porque desde então, tanto a imprensa internacional quanto a imprensa brasileira passaram a dar uma cobertura mais simpática à Copa, ressaltando o sucesso do campeonato em todos os sentidos, principalmente destacando o fato de a estrutura estar funcionando e da imagem do Brasil estar sendo bem divulgada lá fora.
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