A segurança pública foi debatida com muito destaque durante a companha eleitoral. Como cidadãos, deveremos cobrar as autoridades eleitas para que as questões de polícia mereçam especial atenção na agenda política.
Imaginemos a sociedade como um organismo vivo; vamos procurar seu coração, seus olhos, sua cabeça e suas mãos. Cada observador nominará o que representará as partes citadas. Quando pensarmos no mecanismo de defesa desse organismo, teremos várias opções, porém, a referência mais sensata irá representá-lo por um órgão que exerce funções semelhantes às da Polícia.
Não pode ser corpo estranho o profissional que se vê diariamente e com o qual contamos na hora do perigo, da emergência e do socorro. Sabiamente, a polícia, em época de campanha é explorada como anticorpo, antivírus eficiente.
Como servidores temos o dever de alertar ao sistema de que os quatro principais fatores de risco para desenvolver comportamentos violentos em jovens que, posteriormente, contaminarão todo o grupo, são os seguintes: foram abusados ou negligenciados na primeira infância, atravessaram a puberdade sem disciplina nem valores morais altruísticos, conviveram com pares violentos e frequentaram escolas precárias, a tudo isso se adicionam as mais variadas drogas, lícitas e ilícitas, destacadamente o crack.
Não é necessário enunciar as consequências maléficas de se tratar as forças de segurança como corpo estranho. Perguntemos apenas quem ganha e quem perde com uma polícia em que seus integrantes não tenham elevado reconhecimento social.
No mestrado profissional que realizo na Academia de Polícia Militar do Barro Branco debatemos que, após as eleições, as questões da segurança pública estarão no topo dos debates. Nesse sentido, contamos com a comunidade para reforçar e potencializar o reconhecimento da Polícia Militar como fundamental e indispensável anticorpo seguro.
Ronilson de Souza Luiz, capitão da PM, bacharel e licenciado em letras pela USP e doutor em educação pela PUC/SP ([email protected])
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