Preservar o PMDB 1
Os deputados e senadores do PSDB devem preservar os parlamentares do PMDB citados na operação lava-jato, da Polícia Federal. Nos depoimentos que derem à CPI que investiga o escândalo de desvio de dinheiro da Petrobrás, os tucanos deverão intensificar os ataques aos parlamentares do PT e fazer vista grossa para os peemedebistas suspeitos. A ordem é ser bonzinho, mesmo. A estratégia foi definida em uma reunião a portas fechadas, da bancada tucana, na terça-feira à noite.
Preservar o PMDB 2
Na reunião da bancada tucana ficou definido que quando um peemedebista estiver numa situação muito delicada e escandalosa, daquelas que não tem como deixar passar, podem ser adotadas duas posturas: a primeira é usar um parlamentar de menor representatividade para fazer as perguntas mais incômodas´, mas sempre “por iniciativa própria”, nunca em nome do partido. E quando se tratar de um figurão peemedebista, a estratégia será usar um parlamentar de um partido nanico.
Por que preservar?
A estratégia dos líderes do PSDB em preservar o PMDB é questão de sobrevivência. Como as relações entre PMDB e PT estão mais do que estremecidas, os parlamentares tucanos definiram, na terça-feira, que está aberta a temporada de sedução ao partido do vice-presidente Michel Temer, já de olho nas eleições presidenciais de 2018. Os tucanos já perceberam que o encolhimento do principal aliado, o Democratas, pode comprometer o jogo.
Inimigo honesto
E não é que os assessores e interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff passaram a olhar com mais simpatia para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)? Isso depois da mudança de postura do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que passou de defensor ferrenho a quase opositor no Congresso. O Palácio do Planalto entendeu que é melhor um inimigo honesto que um falso amigo. Eduardo Cunha se comprometeu a colocar em votação todos os projetos do ajuste fiscal que o governo precisa, nas próximas semanas. Vai dar celeridade.
Pro plenário 1
Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, articula um maneira de fazer com que todos os processos contra os envolvidos na operação Lava-Jato, da Polícia Federal, sejam julgados em plenário e não nas chamadas turmas, onde apenas cinco ministros votam. E além disso, as sessões das turmas não são transmitidas pela televisão. As do plenários são transmitidas ao vivo pela TV Justiça e toda a imprensa pode acompanhar in loco. Nas turmas, não.
Pro plenário 2
Pouca gente percebeu, mas essa história de votar as ações penais nas turmas, com apreciação apenas cinco ministros do Supremo começou depois da ação do Mensalão. Até então, todas as ações penais eram votadas, em plenário, sempre às quintas-feiras. Fora do plenário não há visibilidade. O ministro Marco Aurélio entende que o caso da Petrobrás merece e precisa de visibilidade.
Prazo para explicar
Termina neste domingo (15) o prazo que o Estado brasileiro tem para informar à Corte Interamericana de Direitos Humanos que providências têm sido adotadas no sentido de investigar e processar casos de graves violações ocorridos durante a ditadura militar. Parte da resposta será o resultado da atuação do Grupo de Trabalho Justiça de Transição, criado em 2014 pelo Ministério Público Federal (MPF). A ação mais recente do grupo foi o envio de solicitações para a abertura de investigações referentes a 102 vítimas – entre mortos e desaparecidos. O coordenador do GT Justiça de Transição, procurador da República, Ivan Cláudio Marx explica que o montante equivale à diferença entre o total de vítimas mencionadas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e o número de pessoas que já são objeto de apuração do MPF.
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