Em festa 1
As cúpulas do PT e do governo avaliaram como um gol de placa a estratégia de levar o ex-presidente Lula a Brasília na quarta-feira para uma reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o vice-presidente Michel Temer (PMDB), ministros e o ex-presidente José Sarney. Foi mais que um encontro apenas para discutir alternativas à crise econômica e contornar a crise política. A avaliação é de que o grupo demonstrou força, volume e, principalmente, mostrou ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que ele pode acabar se desgastando e perdendo terreno no partido, se mantiver o confronto aberto com o Palácio do Planalto.
Em festa 2
A estratégia ao levar o ex-presidente Lula para falar diretamente com o presidente do Senado Renan Calheiros foi com o intuito de atrair cada vez mais o senador para o lado do governo e isolar cada vez mais o presidente da Câmara Eduardo Cunha e ofuscar o anúncio oficial de instauração da CPI dos Fundos de Pensão, na Câmara, com o PT completamente fora da comissão. Foi também uma forma de o governo dizer que apoia as sugestões de medidas anti-crise propostas por Renan, que vai ser cada vez mais afagado, de agora em diante. É que todos os projetos da pauta-bomba aprovada na Câmara terão de ser avaliadas no Senado. Lá, Renan anunciou que vai barrar tudo que aumenta gastos públicos, nesta época de crise.
Em festa 3
E a semana foi mesmo de boas notícias para o Palácio do Planalto. O governo recebeu com alívio a informação de que o ministro Augusto Nardes, do Supremo Tribunal Federal fez novos questionamentos a respeito das contas da presidente Dilma Rousseff referentes a 2014. Isso significa que o governo vai ter até o fim do ano para levantar os dados. Até lá, o Planalto espera que a crise política tenha arrefecido, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha tenha perdido poderes e que a tese de impeachment tenha perdido força. No mínimo, segundo uma assessora do Palácio, o governo entendeu que as contas não podem servir de base para pedir impeachment neste momento de nervos aflorados e de manifestações marcadas para todo o país.
Desvio
Uma empresa privada e cinco pessoas físicas – entre elas Oscar Jucá Neto ( filho do senador Romero Jucá), ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – devem responder judicialmente por irregularidades no pagamento de R$ 8,2 milhões. O pedido consta de uma ação por improbidade administrativa apresentada pelo Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília. Investigações preliminares revelaram irregularidades tanto na definição do valor a ser pago quanto na forma como foi feita a ordem bancária que viabilizou a transferência dos valores da empresa pública para a companhia Renascença Armazéns Gerais LTDA considerada, à época dos fatos, credora de uma dívida que foi questionada por anos na esfera judicial.
Ajude aí…
E os procuradores do Ministério Público Federal comemoram o sucesso da campanha para arrecadas um milhão e meio de assinaturas à proposta de criação de 19 leis de iniciativa popular de combate à corrupção. A iniciativa é do MPU, com base nas investigações da operação Lava-Jato e no levantamento que mostra que menos de três por cento das investigações de denúncias de corrupção se transformam em condenação dos culpados. Frustrados com o fato de os grandes escritórios de advocacia abusarem das brechas legais para beneficiar os clientes, os procuradores querem criar projetos, em parceria com a sociedade, para endurecer a legislação, facilitar condenações, tornar mais ágil a retomada do dinheiro desviado e ampliar as penas. Em todos os estados as procuradorias colhem assinaturas, mas quem quiser, pode acessar o site, imprimir um formulário, assinar e enviar pelos Correios. O endereço é http://www.combateacorrupcao.mpf.mp.br/10-medidas.
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