VLT, BRT, gargalos e cerejas
Em algum momento você já deve ter lido ou escutado a seguinte frase: “O Brasil não precisa de mais leis, basta aplicar com eficiência as já existentes”. Advogados e homens públicos em geral não cansam de utilizar o mesmo argumento. Pois bem! Seguindo o mesmo raciocínio, imagine a mobilidade urbana da Região Metropolitana de Goiânia e responda rápido: do que vai adiantar a implantação do VLT (Leste-Oeste) e do BRT (Norte-Sul) se os outros gargalos no trânsito e no transporte público permanecerem como estão?
Governo de Goiás e Prefeitura de Goiânia vendem ao cidadão comum o VLT e o BRT como obras modernas, revolucionárias. E verdadeiramente poderão agilizar em alguns minutos as viagens em eixos de transporte que já existem há décadas. Mas, infelizmente, não sairão disso. O trânsito da cidade permanecerá travado nas marginais Botafogo e Cascavel, obras iniciadas ainda na gestão do ex-prefeito Nion Albernaz (década de 1990) e que até hoje não foram concluídas.
E o que dizer da inoperância do Anel Viário de Aparecida de Goiânia, intervenção idealizada para promover a ligação entre BR-153, BR-060 e Perimetral Norte e que nunca saiu do papel? O perímetro urbano da BR-153, entre o condomínio Aldeia do Vale e o trevo de Aparecida, é outro trecho que continua desafiando os governos federal, estadual e municipais. Visitas de autoridades e projetos para desvios são apresentados periodicamente à sociedade, porém nada de concreto foi realizado até o momento.
Muito por fazer
Os enormes congestionamentos nas avenidas Castelo Branco, Jamel Cecílio, T-9 e 3ª Radial, para citar alguns exemplos, tendem a aumentar se providências urgentes não forem tomadas. Enquanto isso, seguem paralisadas intervenções em avenidas que poderiam amenizar os gargalos no trânsito, entre elas o Corredor T-8 e avenida Leste-Oeste. A conclusão é uma só: nada de novo precisaria ser feito para consolidar a mobilidade urbana em Goiânia e municípios vizinhos antes da conclusão do que já foi iniciado.
O VLT e o BRT podem significar muito para o currículo dos governantes que vierem a inaugurá-los, entretanto exercerão apenas um papel secundário no complexo viário da Região Metropolitana da capital. Esteticamente poderão representar duas cerejas num bolo com recheio comprometido.
Rápidas
… Demissão do técnico Julinho Camargo, do Goiás, era questão de tempo. Mesmo com alguns resultados surpreendentes, o treinador sempre esteve na corda bamba. Ainda mais convivendo com deficiência técnica e atraso salarial no elenco.
… E com sete pontos conquistados em nove disputados, o Vasco da Gama chega a 20 e já ameaça a presidente Dilma Rousseff na disputa pra saber quem vai cair primeiro.
… E por falar em Dilma, só faltava a greve geral do funcionalismo no dia 23 de setembro para tumultuar ainda mais o ambiente em Brasília. Se já não bastasse o presidente Eduardo Cunha (Câmara) na vida da presidente.
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