A semana termina com uma dúvida cruel na segurança pública em Goiás. Quem está mais cabisbaixo com o aumento da criminalidade: o cidadão ou o próprio policial? Enquanto os governantes se elogiam pelos jornais, inventando palavras e notas para tentar encobrir a inoperância, as pessoas continuam pedindo a Deus para protegê-las nas ruas e residências.
Parece exagero, mas infelizmente não é. A falta de planejamento ao longo dos últimos anos agravou um quadro que já era preocupante. Os governos Marconi Perillo priorizaram reajustes salariais aos agentes de segurança e simplesmente desprezaram o déficit no efetivo e o investimento em logística. Resultado: poucos policiais nas ruas e frágeis condições de trabalho.
E a realidade nua e crua só está sendo mostrada agora porque os principais veículos de comunicação do Estado finalmente resolveram se indignar. Não entro no mérito do atraso no repasse dos pagamentos oficiais para a mídia, mas hoje o noticiário escancara deficiências e aflições que antes ignorava. Os microfones hoje estão livres para os relatos de uma população amedrontada, carente da proteção do poder público.
Enquanto isso o governador em exercício José Eliton afirma, na cara dura, que o secretário de Segurança Pública Joaquim Mesquita executa um “belíssimo trabalho”. Contaminado pela bajulação, Mesquita deu nota 8 para o seu desempenho e culpou questões estruturais para o aumento da criminalidade. Já Marconi Perillo só tem olhos para missões internacionais e o Palácio do Planalto, temas que o transformam em motivo de piada, dentro e fora do estado.
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A julgar pelo nível de preocupação dos agentes públicos, o cidadão de bem continuará refém da bandidagem. Até quando, ninguém sabe. A paciência dos goianos está prestes a explodir.
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