Inicio esse artigo afirmando que as Artes Marciais sem sombra de dúvidas geram benefícios imensos para os seus praticantes. Aqui me deterei nos benefícios físicos e técnicos (habilidades) que ela proporciona para as crianças, pois, não importa se ela é autista, indisciplinada, nervosa, desobediente, ou até mesmo diagnosticada com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), sempre haverá uma solução. Podemos citar como benefícios pra elas: o desenvolvimento da coordenação motora, dos reflexos, melhora do condicionamento físico e a autoestima do aluno. Ainda poderá contribuir para o controle da raiva e aquisição da paciência do praticante, por fim o fortalecimento do sistema imunológico.
Mas o que de fato são artes marciais? De acordo com o site da Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná, disponível em , “artes marciais (marcial é relativo à militar) são disciplinas físicas e mentais codificadas em diferentes graus, que tem como objetivo um alto desenvolvimento de seus praticantes para que possam defender-se ou submeter o adversário mediante diversas técnicas. Existem diversos estilos, sistemas e escolas de artes marciais. O que diferencia as artes marciais da mera violência física (briga de rua) é a organização de suas técnicas em um sistema coerente de combate e desenvolvimento físico, mental e espiritual e a prática de exercícios físicos”. É importante frisar que as artes marciais necessitam de muita responsabilidade e persistência dos praticantes com o fim de jamais motivar a violência.
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A grande maioria dos pais colocam seus filhos numa academia de arte marcial por que não têm mais controle sobre eles. Mas quando essas crianças indisciplinadas adentram ao Dojo (local de treinamento) pela primeira vez, começam a perceberem que ali existem regras. Diferentemente de algumas casas, ali o respeito, a humildade e a disciplina nos treinos com seus pares são extremamente cobrados. Na verdade essas condutas não deveriam ser aprendidas ali no tatame, mas sim no berço familiar, e aplicadas pela prole na escola, no trabalho, na vida e por fim na academia.
Quando um professor de arte marcial conversa com pais de alunos que praticam lutas, percebe que a maioria deles estão satisfeitos com o trabalho do sensei (professor). Pois, à medida que a criança passa pelas fases de treinamento marcial, as mudanças começam a acontecer. Mudanças como: boas notas na escola devido à concentração e disciplina adquirida, respeito aos pais e professores, e sem falar na saúde e na persistência de não desistir das coisas facilmente na vida.
Outro quesito importante na prática das artes marciais é a socialização. Muitas crianças não sabem viver em grupo, são muito individualistas, não tem espírito de equipe, e são totalmente egoístas. Apesar das artes marciais serem atividades individuais, ela cria no dojo (local de treinamento) um ambiente de equipe. Pois, muitos ali se matriculam sem conhecer ninguém, mas com o passar dos anos, aquele local de treinamento vai se tornando um ambiente familiar. O espírito de grupo é tamanho na academia que quando eles vão competir em campeonatos à vibração é intensa quando alguém consegue ou não resultados. Confirmando essa teoria, segundo Twemlow os treinamentos em conjunto tanto com colegas quanto com os professores, faz com que as crianças aprendam a se portarem mais controladamente na sociedade, culminando na aquisição do altruísmo e espírito de equipe (TWEMLOW, BIGGS et al., 2008; MONAHAN, 2007).
Também existem as crianças tímidas e aquelas com deficiências físicas que a cada obstáculo vencido no treinamento começam a desenvolver a autoconfiança. É de suma importância deixar claro que o sensei (instrutor) é uma das peças fundamentais para o desenvolvimento psicomotor dessas crianças. Pois, ele deve saber o momento exato para modificar ou adequar o treinamento de acordo com suas necessidades especiais.
Portanto, não basta os pais exigirem excelentes senseis e instrutores se eles não acompanharem o processo de formação de seus filhos. É preciso que os genitores deem suporte de fato ao dojo, como: ir com seus filhos para a academia, cumprir os horários de chegada e saida, estar em dia com as mensalidades, manter a higiene pessoal deles, adquirir equipamentos individuais de luta e ajudar na educação moral e disciplinar deles, etc. Os pais jamais podem encarar os professores marciais como babás, pois, eles não são. E nem terceiriza-los para ficarem livres deles, pelo contrário, os pais devem ser os primeiros senseis (instrutores) do dojo (academia).
Referências:
TWEMLOW,Stuart W.; BIGGS,Bridget K.; NELSON,Timothy D.; VERNBERG,Eric M.; FONAGY,Peter; TWEMLOW, Stephen W. Effects of Participation in a Martial Arts– Based Antibullying Program in Elementary Schools. Psychology in the Schools, Vol. 45(10), 2008.
Site:
Disponível em http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=148. Acesso em 01 de mai de 2016.
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