O técnico em enfermagem suspeito de estuprar uma jovem internada UTI de um hospital de Goiânia foi apresentado pela Polícia Civil na tarde desta quarta, 29.
De acordo com a delegada Paula Meotti, responsável pela investigação, imagens da câmera de segurança da UTI mostram claramente que o homem tocou as partes íntimas da vítima com a mão sob o lençol.
A mulher morreu dias depois. Mas, a princípio, não há ligação entre os abusos e o falecimento.
Ildson Custódio Bastos tem 41 anos e se entregou à PC alegando inocência.
O caso
Segundo a investigação, o técnico cometeu o crime no dia 17 de maio, pouco depois da internação da jovem devido a uma crise de convulsão.
Nas imagens, é possível ver que o homem se aproveitou do fato de estar sozinho no local, fechou a cortina do leito e praticou o abuso.
“Ele não estava fazendo nenhum procedimento de enfermagem, porque estava o tempo todo usando só uma mão”, afirmou a delegada.
No momento, a vítima tinha as mãos amarrados para evitar que se machucasse durante possíveis convulsões.
Segundo a delegada, o abuso durou 1h e, em certos momentos, a jovem tentou resistir às ações do criminoso.
No outro dia, pela manhã, a vítima relatou a uma enfermeira que o técnico do turno da noite havia tocado em suas genitálias e seios
Após considerar que o relato pudesse ser um delírio, a funcionária levou o caso à direção do hospital.
Em nota, a empresa afirmou que, assim que tomou conhecimento do fato, suspendeu e afastou o homem das suas funções imediatamente.
Depois disso, ainda registrou o boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher no dia 21 de maio.
Técnico
De acordo com a defesa do técnico em enfermagem, ele se declara inocente da acusação de estupro de vulnerável.
Ildson Custódio teria se entregado após ver sua foto compartilhada em redes sociais e temer pela própria vida.
Nota do Hospital Goiânia Leste
“No dia 17 de maio de 2019, os responsáveis pela UTI do Hospital Goiânia Leste receberam a denúncia de abuso sexual da paciente de 21 anos por meio de uma das técnicas de enfermagem da equipe. No mesmo momento, a direção tomou as primeiras medidas com o objetivo de proteger a paciente e investigar o ocorrido.
O técnico de enfermagem acusado pela paciente foi imediatamente suspenso e afastado da sua função. Um boletim de ocorrência com a denúncia foi registrado pelos responsáveis da UTI na Delegacia da Mulher, no dia 21/05/2019 e o funcionário foi demitido por justa causa nesse mesmo no dia. Posteriormente, também por iniciativa da empresa de UTI, o vídeo que mostra o suposto assédio do ex-funcionário, consistente num possível toque nas partes íntimas da paciente, também foi entregue à delegada responsável pelo caso. Cada um dos 20 leitos geridos pela UTI possui câmera individualizada, que funciona e grava toda a movimentação da UTI, 24 horas por dia. Ao ex-funcionário foi dada a oportunidade de ver as imagens, o que foi recusado por ele.
Além de ter tomado as medidas necessárias sobre a denúncia, coube aos diretores da empresa de UTI comunicar aos pais da paciente sobre o fato e sobre as medidas já tomadas. Esclarece, por fim, que a causa da morte da paciente, em 26/05/2019, não possui qualquer relação com os tristes fatos ocorridos. A empresa está à disposição das autoridades para fornecer qualquer informação adicional que possa ajudar na investigação da denúncia”.
Polícia investiga estupro que teria ocorrido dentro de UTI em hospital de Goiânia
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