Não tem essa de campeão do mundo, futebol tic tac e nem pretensa superioridade. A Seleção Brasileira, respeito à parte, como deve merecer qualquer equipe, partiu de cara para cima.
Dessa forma, não deu tempo de os espanhóis se colocarem em campo, nem de pensar: com um minuto de jogo, já tinham tomado um gol. E que gol!
Raça e oportunismo
Gol de artilheiro, de raça e oportunismo. Em uma bola que parecia perdida, mesmo caído, a perna direita do atacante encontrou a bola e o gol – 1 a 0. Mais uma vez Fred!
O Maracanã enlouqueceu junto com os jogadores. O vozeirão, milhares de vozes, tomou conta do estádio, em uma prova de que o Gigante do Maracanã continua com a mística e o encanto de sempre – não importa o quanto reclamem, sem razão, os saudosistas que parecem sempre à espreita, de plantão.
Brasil não é um adversário qualquer
A Seleção Brasileira começou a partida com tal ímpeto, e com tamanha autoridade, que a Espanha foi obrigada a fazer algo inimaginável quando enfrenta qualquer adversário – mas o Brasil não é um adversário qualquer.
Atônitos com a pressão da massa e com a dos jogadores, marcando em cima, no cangote, os espanhóis tiveram de apelar para os chutões – logo eles, que se gabam de ter no toque de bola de pé em pé a sua maior virtude.
Na tribuna de imprensa, cinco jornalitas espanhóis, que cantaram o Hino do seu país abraçados, pareciam não entender o que viam em campo. Não conseguiam sequer torcer. O time deles estava acuado, posto contra o seu próprio campo, sem conseguir chegar na área brasileira.
Fred fuzila
Quando conseguia, e andou conseguindo alguns escanteios, toma de contra-ataque. Em um deles, Neymar arrancou e serviu na medida para Fred fuzilar e decretar o 2 a 0. Mas Casillas cresceu na frente do centroavante e impediu o gol que os torcedores se prepararam para gritar.
Acabaram gritando, e muito. Ainda no primeiro tempo, aos 44, Neymar fez a torcida explodir com o balançar das redes do Maraca. Em seguida, logo aos dois minutos do segundo tempo. Gol de campeão. Jogada trabalhada, com direito a deixadinha de Neymar, e chute mais do que colocado de Fred, certeiro, no cantinho. Golaço!
Quando a Espanha se atreveu a fazer algo mais, conseguiu um pênalti. Susto de um segundo, a torcida se recobrou e passou a gritar.
– Ah, é Julio Cesar! Ah, é Julio Cesar!
O grito da galera deve ter intimidado Sergio Ramos, o espanhol autor da cobrança. A trave cresceu à sua frente, Julio Cesar debaixo, e ele chutou para fora.
Estava desenhado o título. Um grito só passou então a tomar conta do Maracanã.
– É campeão! É campeão!
Tri consecutivo, tetra da Copa das Confederações.
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