A tentativa de fusão entre PSDB e Podemos ainda enfrenta obstáculos significativos e dificilmente será consolidada neste mês, segundo reportagem do jornal O Globo desta 3ª feira (22).
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Ao menos 4 estados apresentam entraves políticos, inclusive Goiás, reduto do presidente do PSDB, Marconi Perillo.
Em Goiás, o principal impasse gira em torno do deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos), que comanda o partido no estado.
Glaustin foi um dos principais responsáveis por reconstruir a legenda em solo goiano, fortalecendo sua base e promovendo alianças locais.

Caiado e Daniel vs Perillo
Atualmente, ele é aliado do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e trabalha para indicar a vice na chapa do vice-governador Daniel Vilela (MDB), o que gera conflito com a nova configuração partidária em negociação.
O entrave se intensifica pelo fato de Marconi ser arquirrival de Caiado e fazer oposição ferrenha ao grupo do vice-governador.
O ex-governador do PSDB, inclusive, articula para ser novamente candidato ao Palácio das Esmeraldas em 2026, disputando diretamente com Daniel Vilela, que deve ser o nome apoiado por Caiado à sucessão.
Além de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul e Pernambuco também apresentam resistências à fusão.
Bahia
Na Bahia, os atritos são mais ideológicos.
Enquanto o Podemos está alinhado ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), o PSDB integra a oposição estadual, o que dificulta a unificação das direções partidárias locais.
Mato Grosso do Sul
No Mato Grosso do Sul, a situação também é delicada.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) é um dos poucos tucanos eleitos em 2022, mas deve migrar para o PSD nos próximos meses.
Ele e seu grupo político têm sinalizado que não pretendem continuar no partido mesmo após a fusão.
Já o Podemos no estado aposta na pré-candidatura à reeleição da senadora Soraya Thronicke, que tende a permanecer na nova legenda caso a união se concretize.
Pernambuco
Em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra, eleita pelo PSDB, deixou o partido em março e migrou para o PSD.
No entanto, sua vice, Priscila Krause, segue na sigla.
A movimentação aumentou a aproximação dos tucanos com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), provável candidato ao governo estadual em 2026.
Já o Podemos, por sua vez, mantém alinhamento com a gestão de Raquel Lyra, o que gera divergências estratégicas.
Eduardo Leite permanece, por enquanto
No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite adiou sua decisão de deixar o PSDB.
Apesar de conversas avançadas com o PSD, recuou sob o argumento de que pretende disputar a Presidência da República em 2026, projeto que conta com o apoio de lideranças tucanas.
Internamente, o nome de Leite é visto como um possível representante da nova legenda na corrida presidencial.
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