Desconcertante
Embora não decole nas pesquisas de intenções de votos, não dá para negar que a presidenciável Luciana Genro (Psol) é o grande sucesso da campanha, na corrida pelo Palácio do Planalto. Com a liberdade de quem nunca esteve no governo, é ela quem tem dado o tom mais agressivo nos debates, até agora. A postura de Luciana Genro no debate promovido na terça-feira pela TV Aparecida, ela atribuiu ao PSDB a paternidade do mensalão e ao PT o papel de continuar com o sistema. Sobra pra todo mundo.
Reencontro
Depois de deixar a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, a jornalista Helena Chagas foi coordenar a comunicação da campanha do candidato ao governo de SP, Paulo Skaff, e foi lá que ela reencontrou a presidente Dilma Rousseff pela primeira vez. Helena deixou o cargo brigada com a presidente e sentiu-se apreensiva ao revê-la. Mas como em época de campanha nenhum candidato tem gaveta para guardar más lembranças ou rancor, a presidente abriu os braços, e com o melhor sorriso que pode estampar, chamou Helena Chagas de “minha querida amiga”. Foi meigo.
Por falar em Dilma
Assessores próximos da presidente já avaliam que os primeiros ataques à principal oponente, Marina Silva (PSB), já deram o resultado que precisavam dar, mas que é hora de mudar novamente o tom da campanha. Marina Silva, que de início começou a responder aos ataques e perder pontos em pesquisas de intenção de votos, passou a se comportar como vítima fragilizada. Pesquisas internas de tendências, encomendadas pelo PT, teriam mostrado que isso reforça a imagem de heroína da ex-seringueira. Um importante parlamentar petista, que pediu para não ter a identidade revelada, diz que vai tentar convencer os colegas usando um antigo ditado popular, que pode beneficiar Marina: “só se joga pedras em árvores que dão bons frutos”. Portanto…
As pesquisas
Já que falei de pesquisas eleitorais, ganha cada vez mais apoio no Senado a PEC 57, que proíbe a divulgação delas, a menos de 15 dias das eleições. A proposta é o senador Luiz Henrique (PMDB-SC). Ele acredita que as pesquisas tendem a influenciar negativamente os eleitores indecisos e aqueles ainda votam em quem está à frente, por não querer “perder o voto”. Com isso, segundo o parlamentar, quem perde é a democracia. Há quem defenda a divulgação em qualquer tempo da disputa.
Fantasmas
Ainda sobre o Senado, a tentativa de fazer sessão deliberativa esta semana não surtiu muito efeito. Nem o depoimento do ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, na CPMI que investiga suposto desvio de dinheiro da estatal para parlamentares e partidos aliados do governo, atraiu senadores a Brasília. Eles continuam nos estados, tentando a reeleição ou disputando o governo, como é o caso de Lídice da Mata (PSB-BA), que esperou até o último minuto para saber a lista de propostas que seriam votadas antes de dizer se deixaria ou não o estado, rumo à Praça dos Três Poderes. Ficou na Bahia.
PDT do Luppi
Um dos principais nomes do PDT no país, o senador Cristovam Buarque (DF) confessou a este jornalista que está desolado e sem esperanças com relação ao futuro do partido. Segundo Buarque, o PDT tornou-se “o partido do Lupi”, em referência ao ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que segundo o senador faz o que bem entende com a legenda. Cristovam Buarque disse que foi o ex-ministro e candidato a senador pelo Rio de Janeiro quem vetou a indicação do colega Felipe Peixoto para vice de Pezão, do PMDB. Mais uma escolha errada, segundo o senador. O senador disse ainda que o futuro do partido, que só encolhe, está em risco.
Rebeldia
Embora o PDT faça parte da coligação que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o senador Cristovam Buarque disse que não faze campanha pela chapa e confidenciou que vai votar mesmo é em Marina Silva. A mulher do senador, no entanto, reclamou com ele que ainda não sabe em quem votar. Cristovam Buarque diz que entendeu o drama da companheira.
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