Livrai-me do mal
Disse aqui neste espaço, na semana passada, que o temor de ter o peemedebista Eduardo Cunha como presidente da Câmara havia se instalado no Palácio do Planto. É que o deputado é desafeto da presidente Dilma Rousseff. Nos últimos dias o PT entrou em campo para tentar barrar a candidatura de Cunha, que à frente da bancada do PMDB sempre se comportou como oposição. Na soma de esforços entre PT e Dilma, o vice-presidente Michel Temer entrou em campo. Publicamente, Temer chamou Eduardo Cunha para conversar e pediu que ele tomasse jeito e assumisse postura de aliado. Nos bastidores ele articula até a desistência do companheiro de legenda.
Esperança
A esperança do PT e da presidente Dilma Rousseff é que o vice Michel Temer exerça a força que tem no PMDB, para evitar que a candidatura de Eduardo Cunha seja lançada e se consolide. Mas como no terreno da política ninguém coloca todos os ovos em apenas uma cesta, o Planalto tem buscado apoio de todos os demais partidos aliados e outros nem tão aliados assim, para garantir o maior número de votos possíveis, contra Cunha.
Debandada
A temporada de debandada de ministros já começou, com aliados procurando a presidente Dilma Rousseff para colocar os cargos à disposição. Atitude mais do que legítima e nada fora do script. Acontece que nesse jogo de cena, muitos ministros querem sair sem sofrer o desgaste da exoneração. Outros tentam ser convidados a permanecer. Não foi o caso da ministra da Cultura, Marta Suplicy.
Queimação
Acontece que Marta Suplicy nunca esteve na lista de ministros preferidos da presidente Dilma Rousseff. Estava na cota do PT. Ao perceber que estava sendo fritada, segundo uma fonte do Planalto, a ministra se apressou em entregar o cargo. Mas saiu chamuscada do governo. Chamuscada até dentro do partido, em função dos pitacos na política econômica. Pitacos que deu em público, pela imprensa. Nos anos de governo, calou-se. Parte do PT de São Paulo está bastante descontente com Marta Suplicy, segundo um deputado paulista.
Dois PTs
Tá certo que o PT sempre foi um partido formado pelas várias correntes internas. Mas a onda anti-PT que tomou conta do país no segundo turno das eleições causou estrago e está fazendo emergir a ala mais esquerdista da legenda, capitaneada principalmente por um jovem parlamentar reeleito pelo Rio de Janeiro. Essa ala tende a enfrentar com mais resistência a ala capitaneada pelo deputado Cândido Vaccareza, mais conservador e próximo do Palácio do Planalto. Seria, segundo esse parlamentar, uma tentativa de evitar que os mais esquerdistas que ainda se abrigam no PT se debandem para outros partidos, principalmente o Psol.
Encaixotando móveis
Disposto a abandonar a vida pública no fim deste mandato, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) já está com a mudança toda organizada para voltar à terra onde mora com a mulher. Mas enquanto o senador se encarrega de acompanhar o desmonte da casa onde mora em Brasília, no Senado o clima é de tristeza. É que Simon exerce o mandato há 32 anos. Mais que o tempo de casa, ele tem a favor de si o respeito de servidores e colegas de mandato. Aos 85 anos, o senador decidiu que não vai mais disputar as eleições.
Mais rigor
Passou pela Comissão Externa de Combate ao Racismo o relatório final que propõe aumento de três para cinco anos a pena contra quem cometer crime de injúria racial no Brasil. Com a um dança, também será punido nos mesmos moldes quem discriminar outra pessoa também por religião, origem, idade ou condição física. A comissão externa foi criada no final do mês de abril motivada por casos de manifestações racistas no futebol no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.
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