O ano já está terminando e hora de falar um pouco dos bons materiais lidos esse ano. Como disse, não precisam ser necessariamente os que saíram esse ano, mas os que li em 2014. Com certeza, faltarão muitos materiais aqui, por isso já peço desculpas antecipadas sobre o que não citar. Para ser justo, comigo mesmo, eu escolhi três HQs que me vieram a mente instantaneamente quando resolvi fazer este texto.
Bem no começo do ano eu li esta, que eu considero a melhor obra que tive acesso a este ano. Os Companheiros do Crepúsculo, de François Bourgeon, é incrível tanto na arte, quanto no roteiro.
Na trama, a vila de Mariotte e Anicet acaba sendo destruída por uma tropa de soldados que andavam a ermo pela floresta. Como os dois não sabem o que fazer, decidem seguir um misterioso cavaleiro, que está em sua busca contra as forças do mal.
O improvável trio acaba seguindo caminho junto. Durante sua jornada, que se passa em algum momento da Guerra dos 100 anos, eles enfrentam uma série de obstáculos, como camponeses mal informados com a destruição provocada pela guerra, pequenos duendes e servos das forças do mal.
A narrativa de Bourgeon é repleta de sinais, enigmas, simbologia, além de misteriosa. Mas mesmo com a pegada complexa, ele leva o leitor em uma viagem à Idade Média, com enredo que mistura ficção e história. O material é uma bela pedida para curte o tema de fantasia medieval.
Quem curte livros como o Senhor dos Anéis ou O Nome da Rosa, pode apreciar este material. Vale ressaltar, que enquanto ainda era publicada, entre 1984 e 1991, a revista rendeu ao autor prêmios no Festival d’Angoulême e na Espanha.
Esta revista foi concebida graças ao site de financiamento coletivo Catarse. São quatro histórias, cada uma desenvolvida de forma autoral por um quadrinista brasileiro: Aluísio Cervelle Santos, Eduardo Schaal, Eduardo Ferigato e Diego Sanches.
A pegada é ficção científica e cada um pode seguir seu caminho como bem entendeu. Aluísio fez uma história sobre um robô que exorciza robôs com programas defeituosos; Eduardo Schaal sobre uma mecânica de máquinas, que pega um serviço onde tudo dá errado; Eduardo Ferigato conta a história de um astronauta em um mundo hostil buscando uma peça para reparar sua nave; e Diego Sanches mostra um garoto que vive em uma cidade robôs, mas que entra em contato com uma gangue de motoqueiros.
Todas são muito boas, mas eu, pessoalmente, gostei mais das tramas do Aluísio e do Ferigato.
Este material está incrível. Já falei do primeiro volume aqui na coluna e posso garantir que a HQ continua incrível. Esses volumes, que aparecem normalmente de dois em dois meses já estão em sua sexta edição.
Paolo River interpreta bem a intenção de Waid e faz uma arte que funciona incrivelmente bem para o vigilante urbano e advogado Matt Murdock – além de conseguir imprimir ao leitor como funcionam os poderes do Demolidor e como ele “vê” o mundo.
Outro ponto bacana destas histórias são as participações especiais. Os Vingadores, Doutor Destino, Homem-Aranha… Tudo funciona muito bem e não parece que estão forçando de barra.
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