Culpa do destino, cruel e traiçoeiro
Sabe aquela sensação de quem empurra o problema com a barriga até as partes envolvidas praticamente jogarem a toalha? Essa é a conclusão de quem lê a matéria do repórter Vandré Abreu, publicada na edição de hoje do jornal “O Popular”, sobre o acidente com o helicóptero da Polícia Civil que matou oito pessoas em 2012, entre elas cinco delegados. A conclusão do relatório do Cenipa é por uma pane no motor durante o voo, sem apontar causa definida, mas outros pontos do documento revelam falhas grotescas cometidas pela Secretaria de Segurança Pública.
Desfaçatez da SSP-GO
O Cenipa apontou, como já é de praxe na área em Goiás, falta de investimento e treinamento aos policiais que operavam a aeronave, além do acúmulo de funções e ausência de manutenção do helicóptero. Problemas gravíssimos relacionados a um governo que gasta milhões em publicidade para vender imagem de eficiência e modernidade. Diante da recomendação do Cenipa para que o serviço aeronáutico seja tratado com o necessário profissionalismo, inclusive com aumento do quadro de pessoal e mais recursos financeiros, a SSP-GO teve a desfaçatez de responder que “irá avaliar as sugestões”.
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Sempre a fatalidade
Enquanto os familiares ainda choram a tragédia sem precedentes na Polícia Civil, permanece o silêncio sobre a imprudência relacionada à ocupação do helicóptero por oito pessoas, superando em 96 kg o peso tolerável. “O fabricante recomenda nem mesmo chegar perto do limite máximo”, observou ao jornal Georges de Moura, professor de Direito Aeronáutico. A única “recomendação” aceita pelos governantes nesses casos é tratar acidente aéreo como fatalidade. Culpa do destino, cruel e traiçoeiro.
Quem diria…
… que Marconi Perillo evitaria comparecer a uma inauguração com receio de militantes adversários;
… que o governador fosse obrigado a exigir a presença de aliados no lançamento da pré-candidatura do amigo Giuseppe Vecci em Goiânia;
… que Marconi tivesse a necessidade de entrar pessoalmente na disputa pela permanência na base de um partido do tamanho do PSL;
… que o governador anunciaria “medidas revolucionárias” para fortalecer o Detran como vale-refeição a servidores e parcerias com Hugol e veículo de comunicação;
… que a rejeição do inquilino do Palácio das Esmeraldas permanecesse no patamar de 65%, independente do esforço para motivar todas as áreas do governo.
Patetas em ação
Mesmo partindo do senador Romero Jucá (PMDB-RO), frequentador assíduo das listas de investigados pela Polícia federal, a observação é pertinente sobre o vexatório fim da presidente Dilma Rousseff (PT): “Os três patetas (Waldir Maranhão, José Eduardo Cardozo e Flávio Dino) estão desmoralizando o pouco da imagem positiva que ainda restava do governo”.
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