Democracia é isso, xerife Zé Eliton!
Sem tradição política, o advogado José Eliton de Figuerêdo Júnior estava no lugar, na hora e na articulação política certa, por isso ganhou de presente o cargo de vice-governador de Goiás em 2010. Deu tiro pra todo lado no governo (apenas figura de expressão) e não deixou uma marca administrativa sequer em cinco anos. Sem maiores opções, Marconi Perillo o nomeou secretário de Segurança Pública para substituir o “almofadinha” Joaquim Mesquita. Da noite para o dia, Zé Eliton virou especialista na área, desandou a falar grosso e não aceitar críticas. Algo bem parecido com xerife no velho oeste americano.
Estrutura viciada
O que Zé Eliton finge não enxergar é que a estrutura assumida por ele está viciada, repleta de nomes desgastados e medidas paliativas. As últimas entrevistas coletivas sobre segurança pública deram o tom da realidade: um governador vacilante, nitidamente mal-humorado, e um secretário fazendo contorcionismo para justificar salário vergonhoso de R$ 1,5 mil no concurso para policiais civis e militares. O Ministério Público – Estadual e Federal – está cumprindo o seu papel ao questionar a baixa remuneração aos eventuais aprovados e também em relação a nomeações polêmicas, como a do tenente-coronel Ricardo Rocha para o Comando Metropolitano.
Momento de trabalhar
Democracia é isso, xerife Zé Eliton! Não gaste suas energias brigando com MP e formadores de opinião. Enquanto isso as delegacias, que Vossa Excelência prometeu visitar, continuam lotadas e caindo aos pedaços na capital e no interior. O caos presidiário, então, melhor nem comentar. As barreiras policiais na Região Metropolitana de Goiânia, que o senhor faz questão de inspecionar no sol ou na chuva, ainda não conseguiram aumentar a sensação de segurança do cidadão. Parcela significativa das viaturas da PM ainda enfrenta problema de comunicação via rádio.
Intranquilo e desfavorável
Em que pese os esforços empreendidos até o momento pela nova cúpula da segurança pública, o ambiente em Goiás permanece intranquilo e desfavorável. Como vice de Marconi e muito provavelmente candidato à reeleição em 2018, Zé Eliton tenta passar, a todo custo, uma imagem de comando e liderança. Mas isso só funciona quando o homem público arregaça as mangas e obtém resultados concretos. Ações de marketing e entrevistas coletivas sequer fazem cócegas na bandidagem.
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Dilma sem saída, Aécio a caminho
Grupo de senadores do PMDB aposta no impeachment da presidente Dilma Rousseff até julho. A guerrilheira do passado se transformou em retrato do abandono: sem partido, sem grupo político, sem marqueteiro, sem apoio empresarial e sem respaldo popular. Sobrou-lhe a indesejada dependência de Lula, seu criador. Eis o estereótipo de uma governante sem plano B, ou seja, sem saída. Maior rival do PT, o PSDB de Aécio Neves lamenta não poder comemorar. É o próximo na lista dos afogados.
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