Por Professor Alcides
O termo altruísmo vem do francês (altruisme) e foi criado pelo filósofo Auguste Comte, para descrever o oposto do egoísmo.
Define-se como o ato de fazer bem ao próximo, mesmo que isso implique um risco ou um custo para nós próprios.
Contudo, embora seja visto como o simples ato de doar-se sem esperar nada em troca, o altruísmo vai muito além de uma boa ação ou de uma opção de vida.
Ele é, antes, uma condição essencial para se alcançar a verdadeira felicidade e mudar os rumos da própria vida e do mundo.
Na parábola do bom pastor, Jesus apresenta-se como modelo de altruísmo. “Eu sou o Bom Pastor, o Bom Pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas” (João, 10.11).
Na verdade, quanto maior o ato altruísta, maior pode ser a quantidade de pessoas atingidas pelo “sacrifício”, como é o caso de quem subtrai o tempo ao lado da família ou do ambiente profissional para prestar auxílio a outros necessitados.
Neste sentido, é importante atentar-se que estar em segundo plano é atender ao que o próximo acredita e não ao que você acredita que seja bom para ele.
Do contrário, seria um egoísmo disfarçado de altruísmo.
Comunidade
Confrontados com um mundo inquieto e inquietante, onde na maior parte das vezes parece reinar o individualismo, é difícil enxergar a força da benevolência: o poder de transformação positivo que uma atitude genuinamente altruísta pode ter sobre cada um de nós e, por conseguinte, sobre a comunidade de vida do planeta.
“Se o homem não amar ao próximo que vê como poderá amar a Deus a quem jamais viu? (I Jo 4.8)”.
Para ser altruísta, é preciso desprender-se de si e de suas ações para vestir-se de novas e boas atitudes. Viver deve ser um ato contínuo de dar e receber amor.
“Fazer o bem sem olhar a quem”, esse ditado popular traz uma paz de espírito indescritível, desde que realizado sem falsidade, sem se esperar nada em troca ou aplausos.
Por isso entendo que para um altruísta verdadeiro, é o resultado que conta, não a satisfação pessoal de ter ajudado.
Dizem que a bondade é o único investimento que nunca falha. Semear bons atos transborda em um benefício universal, pois fazemos florescer os corações que tocamos com ela.
Na verdade, embora não façamos o bem esperando uma recompensa, podemos ter a certeza de que alguém algum dia receberá a mesma moeda de mudança que nós demos.
A maior herança recebida de meus pais, desde quando ainda criança morando no interior da Bahia, foi o entendimento de que a simplicidade, a bondade, a fé, o amor e a alegria são magníficas pedras para edificar a casa da vida e que ela, a bondade, não se encontra nos grandes gestos, mas nos atos cotidianos, pois são aqueles que estão em nossas mãos.
“Foi justamente me pautando por esses princípios que aprendi o verdadeiro sentido do amor ao próximo e, a partir daí, estabelecer minhas raízes em solo goiano.”
Enriquecimento emocional
A gratidão e a satisfação de fazer o bem nos ajudam a criar vínculos afetivos duradouros e saudáveis, através dos quais obteremos a maior recompensa que existe: o enriquecimento emocional.
Foi justamente me pautando por esses princípios que aprendi o verdadeiro sentido do amor ao próximo e, a partir daí, estabelecer minhas raízes em solo goiano – sem me esquecer das origens – e compartilhar da feliz e harmônica convivência com a família aparecidense, a qual tenho uma eterna dívida de gratidão.
A grande “ironia” do amor altruísta é que justamente quanto mais oferecemos esse sentimento ao mundo, mais o recebemos em troca, mais felizes nos sentiremos, é fato. Isso porque o amor altruísta está profundamente ligado à gratidão, um sentimento que nos integra a todos os seres humanos.
A gratidão é a memória do coração e é por ela que o mundo abre as portas para que coisas boas cheguem a nós.
Desta forma, ser altruísta acaba não sendo opção, mas um pré-requisito para quem deseja ser feliz e viver integrado de forma positiva e construtiva à sociedade.
Assim, somente pela prática do altruísmo o homem será capaz de superar seus sofrimentos atuais e ganhar condições para ser bem-sucedido a partir de então.
Portanto, seja bom e faça o bem sem olhar a quem, pois a sensação positiva de fazê-los provoca o confortante “efeito colateral” da felicidade e satisfação.
ALCIDES RIBEIRO FILHO
Empresário, professor e diretor da Faculdade Alfredo Nasser
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