Inferno astral de Zeca Camargo não acabou
Os autênticos formadores de opinião sempre devem lutar pela liberdade de expressão, pela direito à divergência de pensamentos. Mas tudo dentro de um princípio ético e respeitoso. Exatamente por isso estou aplaudindo a decisão da juíza Rozana Fernandes, da 17ª Vara Cívil de Goiânia, em rejeitar os recursos dos advogados de defesa do apresentador Zeca Camargo, da Rede Globo, no processo movido pela família do cantor Cristiano Araújo, morto após acidente automobilístico em 2015.
Zeca Camargo, à época, ligou o computador e desligou o cérebro ao debochar do sentimento de perda e da comoção nacional pela morte de Cristiano Araújo. Revelou-se desinformado – a sua própria emissora vinha dando generosos espaços ao cantor – e preconceituoso com o gênero do sertanejo universitário. Gosto não se discute. Foi de um amadorismo gritante ao traçar paralelo entre o peso artístico de Cristiano Araújo com Renato Russo, Cazuza e outros ícones da música brasileira. Tempo, gênero e público distintos, aliás, muitíssimos distintos.
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Preço exageradamente alto
O somatório da ampla repercussão negativa, pressão dos patrões e receio de pesada indenização por danos morais motivou uma retratação pública por parte do apresentador. O imbróglio ainda vai se arrastar na Justiça, entretanto a simples dor de cabeça de Zeca Camargo já serve como exemplo para muitos formadores de opinião, principalmente diante da influência das redes sociais.
Quem escreve o que quer, ignorando aspectos básicos da convivência coletiva, costuma pagar um preço exageradamente alto. Zeca Camargo, aliás, vive momentos de decadência na programação global exatamente por ter se expressado sem embasamento. Se isso acontece com profissionais calejados e reconhecidos nacionalmente, imagine com analistas despretensiosos do noticiário? Ninguém está imune à execração pública por radicalismos desnecessários. Fica a dica.
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