Folha Z
Sem resultados
Ver todos os resultados
  • Home
  • Cidade
  • Política
  • Opinião
  • Home
  • Cidade
  • Política
  • Opinião
Sem resultados
Ver todos os resultados
Folha Z
Sem resultados
Ver todos os resultados
Home Notícias

Jurista marginal

28, maio, 2014
A A
Compartilhar no FacebookCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
João Baptista Herkenhoff é magistrado aposentado, Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo e escritor
João Baptista Herkenhoff é magistrado aposentado, Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo e escritor

Quando eu era Juiz de Direito, em atividade, era chamado por algumas pessoas, pejorativamente, com o codinome de jurista marginal. O epíteto não me era atribuído pelos leigos em Direito, o que seria menos doloroso, mas por profissionais que integravam o universo jurídico

Posts Relacionados

Filiação de Bruno Peixoto ao Avante está acertada para março de 2026, diz Thialu Guiotti

Para onde vão os goianos? E quem escolhe Goiás? Censo 2022 revela destinos e origens de quem faz do estado seu lar

Bruno Peixoto e Mendanha trocam recados em ligação durante visita a Aparecida

Isto porque, seguindo a consciência e por uma questão de foro íntimo, eu dava sentenças que, naquela época, não guardavam sintonia com o pensamento dominante e a jurisprudência dos tribunais superiores.

ANÚNCIO

Na década de 1960 – esclareça-se esta data porque é essencial – preferia absolver a condenar. Optava por dar penas leves, quando era obrigado a condenar, do que aplicar pesadas penas. Acreditava na palavra e dialogava com acusados e réus, tratando-os como seres humanos, portadores de dignidade porque tinham na alma, ainda que trangressores da lei, o selo de Deus. Confiava em acusados e réus, firmando com eles pactos de bem viver. Emocionava-me porque nenhuma lei ou código de ética proíbe o juiz de ter emoções. Colocava nos despachos e decisões a Fé que recebi na infância. Isto porque entendia que o Estado é laico mas o magistrado, embora integrando um dos Poderes estatais, pode revelar sua crença, sem ferir a laicidade do Estado. Esforçava-me por obter acordos, no juízo cível, evitando que as partes prolongassem as contendas.

Esta visão do Direito não era, de forma alguma, partilhada, naqueles tempos distantes, pelos magistrados do andar de cima. Não fosse o apoio entusiástico e a compreensão integral principalmente de três desembargadores – Carlos Teixeira de Campos, Mário da Silva Nunes e Homero Mafra – teria sido muito difícil resistir às pressões.

Porque tudo que eu fazia, era feito com retidão de propósito, o apelido de jurista marginal me magoava muito.

Certo dia veio-me a inspiração. Por que eu não transformava a alcunha ofensiva em arma de defesa, de modo a desarmar os opositores?

Havia, dentre os que se opunham à conduta judicial adotada, pessoas de espírito nobre, que nada tinham de pessoal contra o juiz marginal, mas apenas discordavam de seus métodos.

Em homenagem a estes era preciso dar uma resposta racional e elegante aos questionamentos.

Tudo ponderado, como se diz no final das sentenças, escrevi um livro, defendendo a orientação adotada nos decisórios que estavam sendo atacados. Dei ao livro este título: Escritos de um jurista marginal.

Atribuindo a mim mesmo o adjetivo nada elogioso, dava nos adversários mentais um dribe decisivo.

A obra foi publicada pela Livraria do Advogado Editora, de Porto Alegre. Procurei, de caso pensado, uma editora localizada bem longe do Espírito Santo. Lá das plagas gaúchas, eu lançaria o livro. Pareceu-me bastante adequado escolher o sul do Brasil para dar início ao périplo pretendido.

João Baptista Herkenhoff é magistrado aposentado, Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo e escritor

Tags: batistadireitojoãojuizjuristalivromarginal
CompartilharTweetEnviado
Post Anterior

Maguito inaugura Base Comunitária da PM

Próximo Post

Goiânia Ouro recebe espetáculo Bill

Próximo Post
Na trama, Bill, cuja vida nunca teve sentido, sente um desejo profundo de ser alguém

Goiânia Ouro recebe espetáculo Bill

Barbosa negou pedido feito pela defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu

PT entra na justiça para que condenados do mensalão tenham trabalhos externos

Discussão sobre isso post

Mais Vistas

  • Prefeito de Goiânia Sandro Mabel. A imagem foi fotografa pela equipe de Comunicação da Prefeitura

    Mabel impõe 3 regras a secretários para evitar atritos com a base e exige mais alinhamento com Djan

    0 Compartilhamentos
    Compartilhar 0 Tweet 0
  • Cleitinho explica filiações a PROS e PSOL antes de iniciar carreira política: “Assinei na boca do caixa”

    0 Compartilhamentos
    Compartilhar 0 Tweet 0
  • 🛒 Ofertas Tatico: veja as melhores promoções de HOJE

    0 Compartilhamentos
    Compartilhar 0 Tweet 0
  • Relembre a história de boates que marcaram época em Goiânia

    0 Compartilhamentos
    Compartilhar 0 Tweet 0
  • A faraônica mansão de Gusttavo Lima: veja fotos

    5 Compartilhamentos
    Compartilhar 0 Tweet 0
Folha Z

© 2021 Folha Z - Todos os Direitos Reservados .

Sobre

  • Expediente
  • Contato
  • Anuncie
  • Termos de Uso
  • Política de privacidade

Redes Sociais

Sem resultados
Ver todos os resultados
  • Home
  • Cidade
  • Opinião
  • Política
  • Contato
  • Expediente

© 2021 Folha Z - Todos os Direitos Reservados .