Marconi ganha, mas não leva
O governador Marconi Perillo segue colecionando vitórias jurídicas quando a sua honra de homem público é atingida. A vítima mais recente atende pelo nome de Major Araújo, deputado do PRP que pegou pesado nas ofensas pessoais em vídeo postado no Facebook com discurso proferido no plenário da Assembleia Legislativa. O juiz Ricardo Teixeira, da 7ª Vara Cívil do Tribunal de Justiça, concordou com a tese de que os termos utilizados por Major Araújo foram injuriosos, caluniosos e difamatórios. Determinou a retirada do vídeo da página pessoal do deputado.
Calafrios de quem discorda
Até aí nenhuma novidade. Marconi leva a melhor em praticamente todos os embates dessa natureza. Por isso é temido pelos formadores de opinião. Poucos ousam falar um “a” ou escrever uma vírgula contra o governador, receosos em relação ao contra-ataque de suas máquinas mais valiosas: o jurídico e a comunicação. Infelizmente, para Marconi Perillo, é que uma boa parcela de seus críticos sabe distinguir a exata diferença entre crítica político-administrativa e ataque pessoal. Ao contrário do que ele próprio imagina, o inquilino do Palácio das Esmeraldas não é Deus, portanto é merecedor sim de reparos e questionamentos.
Crise pra todo lado
O triunfo jurídico do governador em relação aos excessos de um deputado, no contraponto que esquenta a tribuna da Assembleia, causa a falsa impressão de que a oposição está mais frágil. Lego engano. Se por um lado houve exagero no vocabulário do Major Araújo, uma de suas características, por outro lado os fatos são reais e cristalinos. O Governo de Goiás atravessa uma séria crise em diversas áreas, entre elas economia, segurança pública, educação e infra-estrurura, e tenta vender uma imagem de equilíbrio financeiro, austeridade e crescimento em relação a outros estados.
Realidade x propaganda
Marconi continuará tendo de engolir no noticiário de pequena parcela da mídia, mas principalmente nas redes sociais, críticas ao amadorismo no combate ao mosquito Aedes aegypti, falhas gritantes no aparato da segurança pública, péssima conservação das rodovias, criação de cargos e mordomias na folha do funcionalismo, reajustes abusivos de impostos e taxas, além de gastos exorbitantes com shows e eventos promocionais. Em tempo: Goiás não vive uma calamidade pública, é óbvio, mas seus problemas o impedem de ser “o estado do crescimento e da prosperidade” como a milionária propaganda do governo vende a todo momento.
O vídeo, que já teve mais de 60 mil visualizações e 8 mil compartilhamentos, pode ser acessado CLICANDO AQUI.
Futuro repetindo o passado
Toda vitória jurídica do governador serve como aprendizado e estímulo àqueles que, democraticamente, discordam de seus métodos. É uma espécie de lapidação para as críticas oportunas e consistentes. Exatamente como aquelas utilizadas por Marconi Perillo, o moço da camisa azul, contra Iris Rezende em 1998. “Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades. O tempo não para…”, cantava e nos ensinava o eterno Cazuza.
Cazuza – O Tempo Não Para Legendado
Discussão sobre isso post