As férias estão acabando e os estudantes já se preparam para o retorno às aulas. É hora de comprar cadernos, lápis, canetas, livros e mais. O resultado? Uma mochila pesada que pode prejudicar a postura do aluno e gerar dores na coluna e até cabeça.
Conforme o quiropraxista da clínica Coluna em Movimento, Wolney Haas Junior, uma mochila pesada pode causar problemas na coluna lombar, no ombro ou no pescoço, além de dor de cabeça e até um desvio de coluna. “Este problema pode acometer qualquer idade, sendo importante sempre adaptar o tamanho e o peso da mochila conforme a estrutura da criança”, explica o profissional.
Correto
Segundo Wolney o modo correto de utilizar a mochila é apoiando-a nos dois ombros, evitando sobrecarregar mais um lado do que o outro. “O ideal é optar por mochilas com alças largas, porque na região da articulação dos ombros há pouca circulação sanguínea e os nervos estão mais expostos”. O quiropraxista destaca que alças estreitas podem afetar a circulação, causando adormecimento ou formigamento nos braços. “Mochilas com um apoio na cintura auxiliam na distribuição da carga de maneira igual”.
Nada de bolsas e mochilas de alça única, relata Wolney. Para os jovens o mais adequado é utilizar mochilas e não pastas ou bolsas. “Se você é um estudante universitário, descubra se seus livros estão disponíveis online. Isso vai aliviar a sua mochila consideravelmente. Um computador portátil leve poderia substituir a maioria dos conteúdos sua mochila”, afirma.
Quanto ao peso ideal, o profissional destaca que o máximo que o aluno deve carregar é 10% de seu próprio peso. Para ele, somente o necessário deve ser carregado. Livros em excesso, roupas ou tênis, dentre outras coisas, devem ser evitados.
Caso o professor peça muito material, Wolney sugere que o aluno verifique se a escola disponibiliza algum local de armazenamento. “Desta forma não há necessidade de carregar o peso nas costas diariamente.”
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Cuidados
De acordo com o profissional é preciso tomar cuidado ao utilizar uma mochila pesada por muito tempo. “Quando você se acostumar com um determinado peso (ou seja, sua bolsa ou mochila de costume), pode se tornar tolerante com a dor. Infelizmente todos os dias que passam causarão maiores danos, que podem levar a dores crônicas nas costas, pescoço ou ombro, o que gera degeneração e inflamação. A lesão continuará a progredir, levando a problemas ainda piores”, adverte.
Nesses casos, um quiropraxista pode ajudá-lo a voltar a ter um corpo saudável, além de reeducá-lo em relação as posturas corretas. Desta forma, problemas futuros podem ser evitados e os existentes corrigidos.
Pai e filho conscientes
O tatuador Thiago Dornelas é pai do João Pedro, de 7 anos. Ele explica que a mochila do filho ficou muito pesada no ano passado, mesmo ele tendo o cuidado de só colocar os materiais das aulas do dia. Para minimizar o problema, ele sempre carregava a mochila do filho até a escola. “Deixo ele na porta. Só carrega por uns quinze metros”, garante.
Porém, para João Pedro a mochila nem é tão pesada. “Só um dia ou outro, quando levo muitos livros”, garante. Apesar disso, o jovem revela que às vezes sente dores nas costas. “Mas isso acontece quando coloco muitas coisas e esqueço de tirar”.
Como João é um garoto consciente, ele tenta sempre tirar as coisas que estão sobrando e só usa a mochila com as duas alças. “Faço isso pra não ficar tão pesado de um lado só”, finaliza.
Conheça alguns problemas decorrentes do uso de mochilas pesadas:
Hérnia de disco: O disco sai do lugar e pode originar uma hérnia na coluna. Os movimentos ficam limitados;
Escoliose: Um ombro fica mais alto que o outro em decorrência de um entortamento da coluna. Gera dores nos braços, pernas e costas;
Hiperlordose: Com aumento da curva próxima à base da coluna, o bumbum fica empinando, gerando dores nas pernas e mais;
Hipercifose: Gera uma pequena corcunda por conta do aumento na curva da coluna nas costas. O resultado são dores nas mãos, braços e, claro, nas costas.
Pinçamento do nervo: O amortecedor que fica entre as vértebras sai do lugar por conta da má postura e resulta em dor aguda durante certos movimentos.
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