Novela da vida real
A vida imita a arte. Os últimos capítulos da novela “A Regra do Jogo” coincidem com a turbulência política vivida no país. Tudo se resume à guerra do bem contra o mal, quando na verdade os dois lados flertam frequentemente com a lama. Qual a diferença entre Romero, Zé Maria, Gibson, Tóia e Atena quando comparados a Lula, Dilma, Cunha, Renan e Aécio? Rigorosamente nenhuma. A principal característica dos personagens citados é a dissimulação. O pior crime, como se houvesse, sempre é o do adversário. E nada adiantam indícios, provas e delações: tudo não passa de invenção para tentar manchar a imagem do rival. As coincidências param por aí. A obra de ficção termina amanhã, porém a luta do “mal contra o mal” terá capítulos decisivos a partir das novas manifestações populares programadas para o próximo domingo. Nem o juiz Sérgio Moro, principal responsável pela Operação Lava Jato, pode ainda ser apontado como mocinho na novela da vida real.
PMDB de resultado
O script sempre se repete e ainda tem gente que acredita. Em semana de convenção nacional, a cúpula do PMDB deixa no ar a perspectiva de rompimento – aquele 1% de indício – com o governo de plantão, hoje ocupado pela petista Dilma Rousseff. As declarações de Michel Temer e Renan Calheiros, se a possibilidade fosse realmente concreta, deveriam ser precedidas de um aviso, objetivo e pragmático, aos atuais ministros indicados pelo partido. Mas, pelo contrário, não se ouve ou lê uma palavra sobre entrega dos cargos em função do hipotético apoio ao impeachment de Dilma. Os gabinetes de Brasília estão cansados de escutar a mesma ladainha há décadas. Alguns peemedebistas, na verdade, serão os últimos a “largar o osso” em defesa da governabilidade.
Duas pra lá, um pra cá
Três personagens políticos tradicionais do estado têm chamado muito atenção nos últimos dias. E por questões distintas. As duas primeiras atendem pela alcunha de Lúcia Vânia, senadora (PSB), e Magda Mofato, deputada federal (PR). Ambas trabalham como se não houvesse amanhã para o fortalecimento dos seus partidos. Conseguiram até o momento as filiações mais expressivas: deputado federal Waldir Soares e os deputados estaduais Marlúcio Pereira e Lissauer Vieira. O contraponto negativo é o deputado federal Jovair Arantes, atordoado com o processo de esvaziamento do PTB na base governista.
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Lúcia e Magda com apetite
Nada acontece por acaso. Lúcia e Magda acumulam gorduras em busca de um bom desempenho nas eleições municipais de outubro, cartão de visita para o processo de afunilamento da chapa majoritária em 2018. O foco principal é uma vaga para o Senado da República, preservando por enquanto a liderança do governador Marconi Perillo, ocupante natural da outra vaga. Mas as duas parlamentares, experientes e articuladas, já abriram diálogo com outros partidos, entre eles o PMDB, receosas por uma eventual fritura articulada por José Eliton, candidato natural à reeleição em 2018, cuja preferência pessoal recai sobre o senador Wilder Moraes (PP) ou o secretário Vilmar Rocha (PSD).
Jovair Arantes na berlinda
Além dos constantes entreveros pessoais com o governador Marconi Perillo, Jovair Arantes enfrenta debandada de deputados estaduais do partido e a necessidade de consolidar a pré-candidatura do ex-deputado federal Luiz Bittencourt à Prefeitura de Goiânia. Desafios nada modestos para um parlamentar que tem gasto o seu precioso tempo defendendo as duas lideranças políticas mais desgastadas do país: Eduardo Cunha (PMDB) e Dilma Rousseff (PT).
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