O médium e o ponto de interrogação
Leio no jornal “Opção” que o renomado médium João de Deus, de Abadiânia, acaba de passar por uma pequena cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e deve estar recuperado em duas semanas. Não foi informado em qual parte do corpo ocorreu o procedimento, porém confesso minha total perplexidade com a notícia. Acompanhei, no final da década de 1980, várias intervenções mediúnicas de João Deus e passei a acreditar na sua capacidade de curar pessoas.
Dez anos depois, em 1998, um canal de televisão australiano esteve em Abadiânia, investigou os pacientes operados e classificou João de Deus como “charlatão e oportunista”. As cirurgias espirituais eram as mesmas que acompanhei: inserção de tesouras e pinças no nariz ou no olho, cortes sem anestesia e curativos com linha comum. Quanto aos casos mais graves, segundo a reportagem, a maior parte das pessoas não apresentou melhora ou morreu pouco tempo depois. Mesmo diante do contraditório, permaneci acreditando no que havia visto e contado aos leitores.
Hoje, porém, admito que o ponto de interrogação cresceu em relação ao médium João de Deus. Imaginava que ele próprio pudesse curar seus males físicos ou então preparar um de seus assistentes para executar a missão. Isso por não se tratar de câncer ou outra doença de igual gravidade. Só resta lembrar o famoso ditado: “Em casa de ferreiro o espeto é de pau”.
Sem faz-de-conta
Quem não se lembra da “marolinha” do ex-presidente Lula. Era sempre a palavra utilizada por ele para minimizar o tamanho da crise econômica internacional para os brasileiros. Ao inventar Dilma, o criador esqueceu de dizer à criatura que o mercado externo tem mais interesse na prática do que no discurso. De nada adiantam reuniões de emergência com ministros e anúncios de medidas que jamais se concretizam. Credores e investidores financeiros estão vacinados contra o vírus da inércia e do improviso do governo.
Péssimo exemplo
Tem muito tucano em Goiás tirando sarro das trapalhadas cometidas pela petista Dilma. Mas os discípulos de Marconi Perillo ignoram os sucessivos erros do próprio governo que defendem. O último deles foi desafiar a Justiça ao não promover a convocação e posse dos aprovados no concurso da Polícia Militar, mesmo após supostamente aceitar a derrota para os envolvidos e o Ministério Público. Pega muito mal para qualquer governante dar a palavra e depois voltar atrás na decisão.
Rápidas
… Vivemos a fase do Wesley Safadão e do Edílson Capetinha. Falar mais o quê?
… Pior ainda é ouvir o ministro Joaquim Levy (Fazenda) comparar aumento de imposto com investimento.
… Dois pesadelos em Goiânia para aliança PT/PMDB em 2016: merenda escolar e empreendimentos imobiliários.
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