O reino das pensões
O poder da caneta é indescritível. Traz aquela sensação ao governante do “tudo posso, tudo resolvo”. No momento em que as três esferas do poder público – federal, estadual e municipal – deveriam priorizar cortes e enxugamento com folha de pessoal, o que se vê nos Diários Oficiais é o oposto: um festival de nomeações e concessão de pensões sem o menor controle. O caso mais recente envolve o ex-prefeito de Goiânia Daniel Antônio, beneficiado pelo governador Marconi Perillo com pensão de pouco mais de R$ 3 mil.
Viúva sacrificada
A concessão do benefício pode parecer coisa pequena, muito pequena, mas não é. Nada contra Daniel Antônio e a justificativa de dificuldade financeira na faixa etária dos 70 anos. O problema é que tudo recai sobre as costas do poder público, a famigerada Viúva. São dezenas, centenas os casos de ex-governadores, ex-senadores, ex-deputados, ex-prefeitos e por aí vai, beneficiados com dinheiro do contribuinte. O dono da caneta hoje é Marconi, mas medidas semelhantes também foram tomadas no passado pelos ex-governadores Santillo, Iris, Maguito e Alcides.
Conta nunca fecha
O mesmo paralelo pode ser aplicado à presidente Dilma Rousseff e aos ex-presidentes Lula, FHC, Itamar, Collor e Sarney. Ninguém escapa ao desejo de colaborar com a sobrevivência de pessoas públicas que, no passado, prestaram relevantes serviços aos municípios, aos estados e ao país. Eis o motivo, aliado aos flagrantes casos de corrupção, que explica o fato de sempre faltarem recursos para saúde, educação, assistência social e meio ambiente.
Acabou, Agenor?
Vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB) cumpriu fielmente a missão de espinafrar a desgastada gestão do prefeito Paulo Garcia (PT). Para isso não economizou nos termos chulos, contrariando sua orientação evangélica. Quando imaginava que seria o principal pivô do divórcio entre PT e PMDB na capital, Agenor se viu praticamente sozinho na empreitada, bombardeado por vereadores do partido e com apoio público moderado do ex-prefeito Iris Rezende.
Tamanho da lealdade
O segundo homem na hierarquia municipal está aprendendo, na prática, que lealdade cega na vida pública tem um preço indigesto. Agenor só virou secretário de Administração, vereador e agora vice-prefeito de Goiânia graças a Iris Rezende. Tem enorme gratidão pelo apoio. Mas isso não é suficiente para transformá-lo em protagonista, a ponto de partir para o tudo ou nada. Pequeno entre Iris e Paulo, Agenor corre o risco de ficar totalmente desmoralizado no caso de uma reaproximação PMDB-PT.
Ter sido correspondente da Revista Placar por quase 20 anos me aproximou da Revista Playboy. Virei colaborador em algumas edições, leitor voraz das matérias, entrevistas e observador atento das beldades nuas. Apenas uma capa passou dos limites no critério propaganda “totalmente” enganosa: Hortência, rainha do basquete. Acredito que ela própria tenha vergonha da “transformação” que fizeram no seu corpo. Um registro em forma de lamento pelo fim do ciclo da Revista Playboy.
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