Escrever para mim é uma forma de libertação do mundo opressor o qual vivemos. Sou o que escrevo, sou humano, sou simples. Não sei escrever, mas escrevo a vida em uma reta. Tenho dúvidas com relação às regras gramaticais, mas procuro escrever a vida. Falta-me um pouco da arte de roteirizar, mas procuro eternizar a vida em minha singela escrivaninha. Não sei nada, nada sei. A minha grafia é feia, mas minhas palavras são flores colhidas nas manhãs de cada dia vivido. A minha vida se resume em textos, contextos e intertextos.
O escritor é um instrumento das artes. Somos os senhores das letras, as letras de inúmeros senhores são eternizadas em riscos, traços e rabiscos de um presente coletivamente vivido em uma particularidade social, política e geográfica. Mas neste mosaico de ideias, nos interligamos em uma única corrente literária. Somos por excelência a voz do “povo”, dos “bestializados”, dos mais profundos sentimentos e da arte de eternizar a vida.
Ler para mim é a única forma que tenho para aperfeiçoar o meu trabalho artístico; é lendo que encontro inspiração para transcrever os meus singelos rabiscos.
A literatura é um terreno do saber, uma fórmula onde se mistura educação, arte, liberdade e expressão; importantes armas que podem mudar o rumo do nosso país e do mundo, rompendo com as mazelas e com a excessiva manipulação e exploração da massa. Nas margens da sociedade estão os “bestializados”, os esquecidos, os excluídos pelo sistema; aqueles que não leem, porque não tem acesso a este mundo mágico e transformador que é a literatura.
Os livros são disseminadores da prática do “bem viver” uma atividade que relaciona com a complexidade do saber, um processo individual que se desenvolve na busca das transformações decorrente a certos valores predeterminados, os quais favorecem para uma troca, autêntica do saber, pois como diria Cora Coralina “feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” O livro profetiza conta e descreve a emoção, o amor, a plenitude do delírio ou da razão, o qual se fecunda em meio à globalização das dicotomias existenciais.
A poesia é tudo em meio ao nada. Poesia sou eu, você, nós, eles, elas, tu, vós, todos… o poeta faz poesia e a poesia poetiza a história de um poeta. A poesia profetiza conta e descreve a emoção, o amor, a plenitude do delírio ou da razão, a qual se fecunda em meio à poematização de uma existência.
Dhiogo José Caetano é professor, escritor e jornalista
Discussão sobre isso post