Cinco pessoas foram presas em Goiás na última quinta-feira, 6, suspeitas de integrarem um grupo criminoso que fraudou diversos vestibulares de medicina do Brasil. As respostas para as provas chegavam a ser vendidas por R$ 120 mil.
Segundo a investigação, mais da metade das 110 pessoas de 12 Estados que pagaram pelo “serviço” conseguiram vagas. O esquema foi desbaratado após policiais civis se disfarçarem de fiscais de prova para interceptar a troca de mensagens de candidatos no banheiro durante a aplicação de uma prova.
Na ação, o estudante de engenharia civil da UFG Mateus Ovídio foi flagrado. Em vídeo, é possível vê-lo respondendo às questões da prova em meia hora e se deslocando ao banheiro para encaminhar o gabarito a outro membro da quadrilha. Em sua, a polícia encontrou R$ 50 mil que seriam o pagamento pelas respostas.
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Outra policial entrou em contato com o grupo se passando por candidata. O grupo criminoso garantia até mesmo assistência de um advogado caso “desse algum problema”. Suspeito de participação, Fernando Batista Pereira passava tranquilidade aos interessados e explicava o procedimento: “Vai com três calcinhas, bota duas apertadas e a terceira, de preferência, sabe aquelas tipo de pano, que tem tipo uma espuminha por dentro? Usa ela para ela apertar mais e ficar macio. Vai dar tudo certo, se Deus quiser”.
Além de Fernando e Mateus, também foi preso o empresário Rogério Cardoso de Matos, suspeito de ser o chefe da quadrilha. Com ele, foram apreendidos documentos e um carro de luxo. Ao todo, as apreensões chegam a R$ 150 mil.
Consequências
De acordo com o delegado Cleybio Januário Ferreira, os suspeitos vão responder por fraude e as universidades serão comunicadas para que iniciem procedimentos administrativos de expulsão dos alunos fraudulentos.
À TV Anhanguera, os advogados de Fernando Batista e Rogério Cardoso disseram que ainda não têm informações suficientes para comentar o caso. Já o advogado de Mateus Ovídio diz que o cliente nega as acusações.
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