A NBC agora também tem uma atriz hollywoodiana para valorizar o seu portfólio. Katherine Heigl (“Grey’s Anatomy”, “Ligeiramente Grávidos” e “Vestida para Casar”) protagoniza a mais recente estreia do canal, “State of Affairs”, drama político e conspiratório, que tenta fazer as vezes de uma “Homeland” mais palatável para o grosso da audiência.
A série narra a rotina de uma equipe de inteligência da CIA que tem como função apresentar diariamente à presidente dos EUA os principais problemas que a líder deve enfrentar durante as próximas 24 horas. Charleston Tucker (interpretada por Katherine) é a chefe da equipe e tem que lidar não só com as crises internacionais, mas também com as dificuldades da sua vida recente de viúva. Tem tudo para ser original e sensível, né? Mas não é.
Personagens bidimensionais
Alfre Woodard (também veterana de “Grey’s Anatomy”) não consegue convencer ninguém no papel da presidente Constance Payton. Apesar do seu ativismo político fora dos sets, a atriz não demonstra a fibra que geralmente se espera desses papéis e parece mais uma conselheira da nora do que chefe de estado (sim, ela é mãe do falecido noivo de Charleston). Mas não era de surpreender, porque já a vimos falhar de forma semelhante em “The Last Ship”.
O problema de “State of Affairs” não é a dinâmica. A série tem uma fórmula interessante e que poderia ser bem trabalhada a ponto de se revelar um thriller político de boa qualidade. Aqui, o que incomoda – assim como em várias outras produções – é a rasura das personagens. Os roteiristas parecem se esquecer que não adianta de nada uma trama mirabolante e extremamente perigosa se ninguém se importa com o que vai acontecer com os envolvidos no final.
Não tem futuro
Votos de confiança são muito importantes para qualquer aficcionado em televisão. O tempo dedicado a esse hobby é curto para todos nós, então, quando são investidas as poucas horas livres em novos seriados, o retorno precisa estar, pelo menos, no horizonte do final da primeira temporada. E, infelizmente, essa coluna não acredita numa virada surpreendente para “State of Affairs”.
Isso pode ser baseado em outras produções do canal, que nada evoluíram ao longo dos anos. “Grimm” e “About a Boy” têm mais personagens vazios e plots entediantes do que episódios transmitidos. Existem as excessões, claro. Como Hannibal, que encanta em cada ângulo de câmera. Mas quem apostaria na existência de um Bryan Fuller a cada mudança de canal?
Marco Faleiro é estudante de jornalismo e já tem mais de duas mil horas de seriados assistidos – [email protected]
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