Ryan Lochte tem a cara de Donald Trump
Flagrado numa mentira de proporção olímpica, o nadador americano Ryan Lochte faria um bem danado aos esportistas em geral se encaminhasse um pedido de desculpas às autoridades brasileiras. Mas, pensando bem, seria pedir muito ao “ídolo” que bebe, ultrapassa limites e depois abandona o barco à deriva com os colegas Feigen, Bentz e Conger. O atleta ainda induziu ao erro a já preconceituosa imprensa americana, causando um mal-estar diplomático entre os dois países.
Insistência na farsa
O comportamento irresponsável de Ryan Lochte exemplifica bem porque milhões de americanos estão apaixonados pelas sandices do candidato republicano Donald Trump. Bastante significativo, esse eleitorado acredita nas próprias mentiras e dá de ombros para o que acontece em outros países. Os nadadores americanos, mesmo após a bebedeira, preferiram manter a versão de assalto à mão armada antes do retorno à Vila Olímpica. Somente o avanço da investigação policial pôs fim à farsa.
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Estragos na imagem
Por ser o nadador de resultados e títulos expressivos, Lochte já sofre um bombardeio sem precedentes da mídia em geral e de internautas brasileiros e americanos. O atleta ainda corre sério risco de perder patrocínios milionários, afinal nenhuma marca deseja estar atrelada a um esportista fanfarrão e mentiroso. Ainda há tempo para Ryan Lochte amenizar parte do estrago em sua imagem. Para isso precisa vir a público e assumir o que não foi até agora: humilde, sincero e transparente. Pouco provável.
Traficantes reinando de novo
A brincadeira de mau gosto dos nadadores americanos é apenas um capítulo à parte na rotina diária de insegurança no Rio de Janeiro. As delegações dos países que participam dos Jogos Olímpicos contribuíram para ampliar a sensação de medo, inclusive com a elaboração de cartilhas para o enfrentamento da violência na cidade. E essa realidade não é inventada, pelo contrário, os traficantes voltaram a reinar mesmo em morros ocupados pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). “O Rio de Janeiro continua lindo…” E muito, muito perigoso sim.
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