Tapete vermelho para Kajuru na Câmara
O fenômeno eleitoral Jorge Reis da Costa, 55 anos, voltou a aprontar das suas. Surpreendeu com mais de 106 mil votos para deputado federal em 2014 – apesar de não conseguir se eleger – e agora com quase 38 mil votos para a Câmara de Goiânia, transformando-se no vereador mais votado da história. Kajuru (PRP) ganhou musculatura política para colocar fogo no Legislativo, como ele próprio alardeou na campanha, levando os seus eleitores/admiradores ao delírio. O status do apresentador será de presidente da Câmara, mesmo não recebendo aval dos demais colegas para chegar ao posto.
Sem meio termo
Kajuru já sabe que os demais vereadores irão recebê-lo com tapete vermelho na avenida Goiás, sede da Câmara, tapinha nas costas e elogios pela votação histórica. Não irão faltar selfies e relatos de admiração pela coragem e postura profissional ao microfone. A partir da primeira denúncia que comprometa o corporativismo latente no Legislativo, o tapete vermelho de Kajuru será bruscamente puxado. Não tem meio termo. A única bandeira do cronista esportivo é não compactuar com atos ilícitos e desvios de conduta, algo impossível de conter num ambiente onde convivem 35 parlamentares.
Mais de 130 processos
Um jornalista ao lado me pergunta: “Mas você não acha que a tendência do Kajuru é recuar?”. Quase impossível, respondo de imediato. A coragem – que muitos interpretam como loucura – é o seu combustível essencial e, ao mesmo tempo, a certeza do enfrentamento que abastece fãs e eleitores. Hoje símbolo da renovação na Câmara Municipal (60%), Kajuru já perdeu a conta das ameaças que recebeu e do total de processos que responde na Justiça por calúnia e difamação – a última checagem superou 130 peças jurídicas.
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Garras do Senhor Polêmica
Duas vinhetas acompanham o cronista desde os tempos em que trabalhava no rádio esportivo goiano: “A voz que o Brasil conhece, Jorge Kajuru” e “as feras do Kajuru entram em campo”. Nos próximos meses a Câmara Municipal irá conhecer de perto as garras do Senhor Polêmica. E somente nesse momento será possível saber qual dos lados vai dobrar a espinha primeiro: o incendiário ou a turma do deixa disso? Grande parte da opinião pública está ao lado de Kajuru pelo descrédito da classe política. Mas agora, oficialmente, ele é um vereador eleito. Faz parte da patota e não pode errar, sob pena de repetir outros meteoros midiáticos de curta duração.
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