Por Cleide Neves*
No último dia 7 de agosto, comemoramos 14 anos da Lei 11.340, a Lei Maria da Penha. Uma data que entrou para a história.
História de superação, história literalmente escrita com a consoante H e não com a vogal E.
Podia mesmo ser com a vogal E, onde a palavra utilizada como sinônimo de narrativas ficcionais, mas infelizmente não é.
As manchetes de notícias que gostaríamos de ler não são as mesmas que estão estampadas nos jornais, como por exemplo: “número de feminicídios cresce durante pandemia do coronavírus no Brasil; Feminicídio cresce 22,2%; Mulheres são agredidas com cassetete por policial militar […]”.
E por aí adiante, seguem milhares de notícias negativas com as mulheres mundo à fora.
São muitas histórias no decorrer destes exatos 14 anos da Lei Maria da Penha.
“Meu sofrimento se transformou em luta”, diz Maria da Penha, sobre a legislação.
Lutas constantes acontecem no nosso país, lutas essas de mulheres fortes que escolheram não se calar.
Quantas Elaines?
Com muita satisfação, dia desses tive a honra de fazer uma roda de conversa, onde a ativista Elaine Caparróz, nos contou seus momentos de terror, foram 4 horas seguidas de espancamentos, dentro de sua própria casa, a mesma não cruzou os braços e levanta a bandeira do “NÃO ME CALO, NÃO SE CALE, DENUNCIE”.
São mulheres que inspiram, mas que sofreram e sofrem de alguma maneira para cooperar com milhares de mulheres que são agredidas no mundo.
O que é triste de saber é pergunta que afirma: Quantas Elaines não aparecem por alguma razão?
Segundo levantamento de dados do Portal G1, 500 mulheres são agredidas por hora no Brasil e, devido à pandemia, esse número só aumenta.
E, quando falo de agressão, ela prega todo contexto da palavra, somos agredidas verbalmente, onde a ferida é na alma, essa ferida dói estando conscientes ou inconscientes (os pesadelos reais e os pesadelos que nos acordam assustadamente dos nossos sonos).
Somos agredidas fisicamente onde as feridas físicas fazem nos sentir impotentes.
É preciso parar de nos maquiar para esconder essas feridas, nossas mentes adoecerão e nos tornaremos aquilo que os covardes querem que sejamos: mulheres fracas.
Somos humanamente iguais, somos seres que geram, somos mães, somos guerreiras, dizem que temos 6º sentidos, fazemos muitas coisas ao mesmo tempo, mas precisamos fazer uma coisa por vez, precisamos abraçar nós mesmas e dizer através do olhar, através das leis que nos favorecem que somos sim FORTES, somos sim VENCEDORAS, somos sim HUMANAMENTE IGUAIS e que a força física não diz da nossa fragilidade.
*Cleide Neves é é pedagoga, palestrante e especialista em Métodos e Técnicas de Ensino.
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