Rincón na alça de mira
Não foi por falta de aviso. O governador Marconi Perillo (PSDB) comemorou cedo demais a delação premiada do senador Delcídio Amaral apontando que houve perseguição deliberada do ex-presidente Lula contra o goiano na Operação Monte Carlo, apelidada de Caso Cachoeira. Papel de vítima não cabe a nenhum político neste país enquanto a Operação Lava Jato estiver em curso. A suspeita de que o operador financeiro Jayme Rincón, presidente da Agetop, teria recebido R$ 1 milhão da Odebrecht a quatro dias do segundo turno da eleição de 2014 provocou imenso rebuliço no Palácio das Esmeraldas.
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O pêndulo no império
Rincón é um personagem controverso. Ao contrário de outros tesoureiros Brasil afora, gosta de aparecer e contar vantagem. Já comprou muita briga pela causa tucana e por isso sofreu atentado na BR-153, quando cinco tiros foram disparados contra o seu veículo. Com muito esforço conseguiu, à época, abafar o caso. A segunda reeleição do amigo e confidente Marconi Perillo subiu-lhe a cabeça ao ponto de mirar a cadeira de prefeito de Goiânia. Sonho que durou poucos meses e acabou substituído pelo pesadelo das operações Compadrio e Lava Jato. Rincón é a peça-chave que sustenta e, ao mesmo tempo, balança o império marconista.
Nada a comemorar
E que nenhum adversário político ouse tripudiar publicamente do inferno astral que atinge o presidente da Agetop. Operação Lava Jato e delações premiadas não têm dado trégua aos agentes públicos, do mais humilde vereador à presidente da República. Ninguém tem a menor ideia da abrangência e da duração dos escândalos que seguem paralisando a economia e o desenvolvimento do país.
Desmoralização
O modelo das Organizações Sociais na educação em Goiás sofreu a já esperada derrota por falta de qualificação dos interessados. Uma vergonha sem tamanho para o governador Marconi Perillo e a secretária Raquel Teixeira. Ambos se desgastaram defendendo a realização de um processo tumultuado e sem amparo técnico. Movimentos sindicais, professores e alunos venceram a batalha da mobilização e da convicção na falta de preparo de OS’s forjadas em cima da hora. Se insistirem no projeto, Marconi e Raquel correm o risco de perder o que ainda lhes resta de credibilidade na área da educação.
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