Diretor da Secretaria Municipal de Cultura, Cristiano Pereira da Silva, mais conhecido como Cristiano Zói, foi preso injustamente e liberado no mesmo dia por decisão judicial em Aparecida de Goiânia.
A prisão ocorreu no dia 16/10/22 e foi motivada por suposto atraso no pagamento de pensão alimentícia.
Para Cristiano, porém, a motivação foi “perseguição política”.
Isso porque ele já havia quitado as prestações atrasadas 2 meses antes.
Segundo as informações, o mandado de prisão expedido em 20/06/2022 já estava suspenso desde 24/08/22.
No entanto, a medida não havia sido registrada no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP).
Prisão de Cristiano Zói em evento
Segundo Cristiano, ele estava em um evento do Dia das Crianças no Parque das Nações quando foi abordado e detido por policiais após uma “denúncia anônima”.
Levado à delegacia, ele passou por exame no Instituto Médico Legal (IML), teve a cabeça raspada e precisou entregar todos os seus pertences e roupas, passando a vestir o uniforme da carceragem.
Encaminhado ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Cristiano se sentiu “apavorado” ao caminhar pelo corredor de celas habitadas por suspeitos de diferentes crimes.
Na sequência, foi encarcerado junto com outros 17 homens na triagem da unidade.
Segundo Cristiano, os presos notaram seu estado emocional e o ajudaram, dando a ele um par de chinelos e bananas para aplacar sua fome.
“Eu estava muito nervoso e em lágrimas. Foram momentos de terror e pânico. Horas à espera da minha liberdade”, relembra, destacando que os agentes nunca deixaram de tratá-lo com respeito.
Enfim livre
Ao receber a oportunidade de fazer uma ligação telefônica, Cristiano decidiu ligar para o advogado Wallace Braz, assessor especial e conselheiro jurídico do deputado federal Professor Alcides (PL).
Como não há possibilidade de fiança em casos de prisão civil por pensão alimentícia, a solução foi impetrar um habeas corpus apontando a irregularidade da prisão.
Preso por volta das 10h30, Cristiano foi liberado no final da tarde após decisão do juiz plantonista Thulio Marco Miranda.
“Da análise perfunctória do caso submetido a exame, após consulta aos autos do processo principal, verifica-se que foi determinada a suspensão da ordem prisional no dia 24/08/2022. Todavia, ao que parece, a escrivania deixou de promover a respectiva baixa no BNMP, o que ocasiou a prisão do paciente. Ante o que restou exposto, defiro o pedido de liminar para determinar a imediata soltura do paciente”, determinou o magistrado.
Confira a decisão:
Busca de reparação
Além do trauma da prisão, Cristiano ainda lamenta a divulgação de fotos tiradas no momento em que ele estava detido.
“É uma situação muito triste para uma pessoa passar, ainda mais não sendo um criminoso e não tendo dúvidas de que já tinha honrado com meu compromisso”, reclamou.
Agora, ele estuda a possibilidade de buscar reparação judicial pelo ocorrido.
“Estou pensando sobre isso. Mas, no momento, estou vendo a repercussão e deixando assentar os pensamentos para ver qual a melhor atitude”, disse ele à reportagem.
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