Mais 50 milhões na rusga entre Iris e Paulo
O tamanho do rompimento político-pessoal do prefeito Iris Rezende com o ex-irmão siamês Paulo Garcia pode ser medido na interminável lista de armadilhas financeiras deixada pelo petista na administração municipal. Se não bastasse a concessão desproporcional de benefícios salariais, o ex-prefeito ainda deixou de repassar aos bancos três prestações de empréstimos consignados – aqueles debitados diretamente no contracheque do funcionalismo.
Poço de ressentimento
Segundo a Secretaria de Finanças, um rombo de R$ 50 milhões, aproximadamente. A população de Goiânia, com o tempo, está percebendo que a realidade financeira do município está bem mais próxima do déficit de R$ 610 milhões, anunciada por Iris Rezende, do que dos R$ 2 bilhões em caixa, para investimentos, divulgados por Paulo Garcia. A disparidade dos números reflete a dimensão da mágoa entre dois homens públicos que já trocaram juras de gratidão eterna.
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Pagamento x articulação
Desnecessário o desgaste obtido pela Prefeitura de Goiânia com o atraso de 48 horas no pagamento referente ao mês de janeiro. Aliás atraso não, mas falha na tradicional liberação dos salários dentro do mês trabalhado. O curto espaço de tempo ocasionou reclamação dos servidores e repercussão negativa na mídia e redes sociais. Poderia ter sido evitada com uma corriqueira engenharia financeira junto à Caixa Econômica Federal e estratégia de comunicação que evitasse opiniões distintas sobre a data exata para quitação da folha. Prefeito e auxiliares não falaram a mesma língua.
Proteção global ao mineirinho
É de causar náusea a blindagem da Rede Globo às citações envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB) na Operação Lava Jato. A emissora fez pouco caso da manchete do jornal “Folha de S. Paulo”, na quinta-feira, citando o surgimento do nome do neto de Tancredo Neves em novas delações premiadas. Há uma clara parcialidade no tratamento dispensado ao mineiro se comparado ao excessivo barulho promovido em operações que atingem petistas e peemedebistas.
Leitte nos olhos dos outros
E por falar em proteção, também causa estranheza o silêncio da Rede Globo em relação ao descaso da cantora Cláudia Leitte com a Lei Rouanet. A jurada do programa The Voice Brasil se recusa a devolver R$ 1,2 milhão ao Ministério da Cultura, valor gasto indevidamente. Tão zelosa com a aplicação de dinheiro público em outros casos, a emissora evita dar publicidade a um flagrante equívoco cometido na produção e realização de shows artísticos. É por essas e outras que a audiência global tem despencado nos últimos anos.
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