Já foi o tempo em que as maiores travessuras eram imediatamente debitadas na conta da inexperiência juvenil. Trintões e quarentões assumiram o comando de boa parte das irregularidades praticadas no dia a dia. É como se a geração cabeça branca, hoje com maior poder aquisitivo, tentasse voltar no passado para aproveitar a vida sem limites. Quatro suspeitos de participação no pega que matou mãe e filho em Brasília se encontram nesta faixa etária: um militar do Exército, um bombeiro, uma policial civil e um advogado.
Estáticas da Polícia Rodoviária Federal, no trecho da BR-060 entre a capital federal e Goiânia, apontam senhores empresários e profissionais liberais como os principais responsáveis pelo excesso de velocidade, tanto entre motocicletas como carros. A busca pela adrenalina transforma pessoas esclarecidas em potenciais assassinos, justamente no período em que o equilíbrio e a razão deveriam fazer mais diferença.
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O exibicionismo e a ostentação se transformaram nos maiores vilões da sociedade moderna, impulsionados por cidadãos que geralmente ignoram a realidade que os cerca. Com o pretexto de satisfazer vaidades infantis – na realidade as próprias – pais aceitam pagar até R$ 80 mil por festas de aniversário para filhos de 1 a 5 anos. Em Minas Gerais, uma mãe chegou ao cúmulo de alugar um elefante para entrar com a filha na casa de eventos. Quem tem dinheiro sobrando gasta da maneira que quiser, algo indiscutível, mas qual será a referência de muitos representantes das futuras gerações?
Por tudo isso, a turma dos cabelos grisalhos necessita de um divã para repensar os seus valores. Os bens materiais são importantes, todavia há fundamentos muito mais relevantes para serem apresentados aos adultos do amanhã. O principal deles: respeito ao próximo. Algo que não combina com bebida e racha no trânsito, muito menos com excesso em rodovia a 200 km/h. Geração da cabeça branca, chega de vexame!
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