O escritor gaúcho, gremista fanático, Eduardo Bueno, mais conhecido como Peninha, defendeu a torcedora do seu time do coração, Patrícia Moreira, que fez ofensas racistas ao goleiro Aranha e, ainda, criticou o atleta. As declarações de Peninha foram dadas no programa do Sportv, “Extra Ordinários”.
Na ocasião, também participavam do programa o escritor e colunista Xico Sá, o humorista Hélio de la Peña e a atriz Maitê Proença. Após as declarações de Peninha, as discussões renderam no televiso.
Confira parte do que se seguiu:
Peninha: “Eu só quero dizer o seguinte: o maior negro que existiu, talvez o maior ser humano, Nelson Mandela que tenha existido, ficou 27 anos preso e quando saiu a primeira coisa que fez foi perdoar. Essa garota, Patrícia, se eu tivesse uma empresa, eu dava um emprego para ela agora.”
Peninha: “Se quiserem gerar polêmica, aqui na rede é racista, eu tô cagando, minha filha já namorou negro, eu vou beijar um negro aqui no ar [e tascou um beijo no rosto do humorista Hélio de la Peña, como mostra a foto abaixo], meu negro favorito. Eu sou racista beijando esse negro. Uma prova. A pior coisa que eu poderia fazer.”
Peninha: “Como piada é bom, mas a questão é complexa, é difícil, a menina virou uma vítima absurda, você tá invertendo a coisa. Cara, o Aranha se comportou como um escroto.”
Hélio de la Peña e Xico Sá: Ambos desaprovaram a afirmação.
Peninha: “Antes, antes, antes, antes, antes. Não tô falando do momento da denúncia. Calma, calma. Quando foi chamado de macaco, sim, concordo. Não tô dizendo que ele foi escroto por denunciar. Pelo amor de Deus, vamos deixar claro. Fez muito bem em denunciar a coisa do ‘macaco’. Tô dizendo o que antecedeu a revolta da torcida. Ele ficou quatro minutos sendo atendido, aí se recuperou, aí quando foi bater o escanteio caiu de novo.”
Xico Sá: “Ah, mas aí é lance do jogo.”
Peninha: “E a ofensa foi do jogo, também.”
De la Peña: “Não, não, não.
Peninha: “Ontem, no Maracanã, a torcida cantou [para os torcedores gremistas]: ‘racista viado, racista viado’.”
Xico Sá: “Foi punido [o time do Grêmio, eliminado da Copa do Brasil] e foi pouco.”
Peninha: “A menina pediu perdão, e ele não deu* [*Aranha a perdoou, mas quer que pague pelo ato na justiça]. Pediu perdão, e ele não deu. E pra mim [Aranha] é um merda, nunca ganhou nada na vida dele, essa é a verdade.”
Xico Sá: “Não tem nada a ver uma coisa com a outra.”
De la Peña: “Calma. Ó, estamos no ar. Você também pode ser suspenso, hein cara?”
Peninha: “Não. Por que suspenso? É a minha opinião.”
Maitê Proença: “Se uma menina do Internacional se veste de gremista, e vai lá, faz a acusação [ofensa racista] pra criar um grande problema, permite… [A torcedora Patrícia] perdeu a linha completamente, foi na onda, é quase uma ingenuidade.”
Peninha: “A menina tem namorado negro, tem amigos negros, vizinhos dela que saíram em defesa dela.”
De la Peña: “Ô Peninha, esse negócio… conheço algumas pessoas que consideram um álibi: ‘ah, eu até tenho um amigo negro’.”
Peninha: “Ela tem namorado. Namorado.”
De la Peña: “Mas ela teve uma atitude racista, cara, que não poderia ter tido.”
Maitê: “É coisa de adolescência, que quer fazer parte do grupo. A gente faz muita besteira na adolescência, quer ser agrupar, e aí se agrupa errado.”
Peninha: “Ontem, no Maracanã, gritaram ‘racista, viado’.”
De la Peña: “Acho assim: quando você tá chamando um cara que não é viado de viado, é apenas uma ofensa, uma provocação. Agora, quando chama um cara que é homossexual, aí é uma ofensa mais grave.”
Peninha: “É, tá certo. Sim.”
Maitê: “O problema que a gente tá abordando é porque é muito chato o politicamente correto. Tá demais. É muito chato, mesmo. Todo lugar.”
Xico Sá: “Mas isso é racismo. Não entra como politicamente correto ou incorreto. É racismo. É pior.”
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