O Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) realizou, na última 6ª feira (13), uma cirurgia inédita para tratamento de aneurisma cerebral.
O procedimento, minimamente invasivo, foi realizado em uma paciente de 53 anos, de forma totalmente gratuita.
A cirurgia contou com o apoio do neurocirurgião Michel Frudit, que veio de São Paulo para auxiliar a equipe do HGG.
O procedimento
A cirurgia, que não necessita de abertura do crânio, foi feita totalmente por imagem, com o auxílio de quatro monitores, ligados a um aparelho de hemodinâmica moderno avaliado em mais de R$ 2 milhões, adquirido pelo Estado há cerca de um ano.
“O equipamento serve como se fosse uma extensão dos nossos óculos. Os materiais especiais utilizados levam o mesmo nome dos stents, que são utilizados em outros órgãos, mas não tem a função de dilatar ou de abrir alguma coisa que está entupida. Aqui, a função desse stent é eliminar o fluxo dentro do aneurisma”, pontuou o neurocirurgião.
A situação da paciente requereu cuidados especiais, tendo em vista que a mulher possui comorbidade (hipertensão arterial) e fatores genéticos ligados ao aneurisma cerebral, como a morte do pai e do irmão pelo mesmo problema de saúde.
“O aneurisma cerebral, uma vez que ele cresce, principalmente em pacientes hipertensos, que é o caso, pode levar à ruptura, chamada hemorragia subaracnóidea, com um prognóstico, ou seja, uma mortalidade de 50% aproximadamente”, relatou o médico neurorradiologista intervencionista do hospital, Antenor Tavares, que já fazia o acompanhamento do caso e liderou o procedimento realizado nesta 6ª feira, 13.
Tratamento de aneurisma
De acordo com o médico e chefe do serviço de neurocirurgia do HGG, Herbert Almeida, o aneurisma é uma das patologias intracranianas mais complicadas, com alto índice de mortalidade.
A equipe do hospital, já capacitada para lidar com situações como essa, agora conta com nova técnica, que deverá auxiliar centenas de pacientes.
“Esse tipo de técnica serve para tornar algo que é muito complexo em algo simples. Então, se for bem feito, vai ser um procedimento muito tranquilo, rápido, muito pouco invasivo, nada doloroso ou traumatizante para o paciente”, explicou Michel.
A cirurgia teve custos da ordem de R$ 76 mil, apenas com materiais especiais (OPMEs), além de outros custos diretos e indiretos envolvidos, com recursos totalmente bancados pelo Fundo Estadual de Saúde.
“É até de se admirar que isso esteja sendo feito em um hospital público, porque o SUS não paga por esse material. Então é de tirar o chapéu. Vocês estão de parabéns”, destacou o neurocirurgião Michel Frudit, de São Paulo.
O médico Antenor Tavares ressalta que a paciente recebeu alta no último sábado, 14, e terá uma recuperação rápida.
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