Inquérito investigado pela Polícia Civil de Goiás mostra que o fisiculturista acusado de espancar a esposa até a morte mantinha uma rotina de abusos contra a vítima.
Em documento apresentado pela polícia à imprensa, há registros de que Igor Porto Galvão, de 31 anos, é apontado como suspeito de autor de frequentes ofensas, intimidações e humilhações a Marcela Luise de Souza Ferreira, também de 31 anos.
O documento ainda mostra que a mulher teria sido vítima de violência psicológica, com abusos e até mesmo isolamento.
Igor foi indiciado por feminicídio na última 6ª feira (24).
Ele é apontado como principal suspeito da morte da mulher, que ficou 10 dias internadas no Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia, antes de falecer.
Registro de agressões
Conforme consta no inquérito, Marcela Luise prestou depoimento em delegacia do Distrito Federal, em dezembro de 2020, quando alegou ter sido agredida verbal e fisicamente com socos no rosto dentro do carro.
Dias depois, ela foi agredida novamente por ser culpada pela filha, à época com 2 anos, tocar nos anabolizantes do pai.
O registro do depoimento ainda afirma que o homem teria quebrado o celular da esposa, após vê-la ligando para a mãe para contar sobre a situação e os casos de violência doméstica, que ocorriam desde o início da relação, em 2014.
A mulher, no entanto, retirou as queixas no dia seguinte.
A Polícia Civil também teve acesso a conversas entre Marcela Luise e uma outra pessoa, em que ela desabafou sobre as violências sofridas.
“Tô bem cansada dessa situação. Isso tá me matando tanto que você não tem ideia. Porque guardo tudo para mim. Muita pressão para cima de uma pessoa só”, escreveu.
As investigações também revelaram que ainda em março deste ano, Marcela Luise ficou alguns dias sem aparecer fora de casa e, quando foi vista, estava com um olho roxo.
Questionada por vizinhos, ela contou uma história de acidente durante a tentativa de tirar uma mala do armário.
Amante
Segundo a investigação, testemunhas ligadas ao casal revelaram que Igor frequentemente mantinha relações fora do casamento.
Ele, inclusive, teria uma amante fixa e falava da mulher na frente da esposa, livremente.
A relação com a amante teria terminado no fim deste ano, depois que ela afirmou que foi agredida e perseguida, inclusive após o rompimento.
A amante teria até mesmo sido apresentada à Marcela Luise, que, segundo ela, era tratada como empregada e com ofensas.
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