A demissão de 668 servidores aposentados da Comurg não é apenas uma medida administrativa.
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É uma declaração de rumo do prefeito Sandro Mabel, que mostra, sem rodeios, estar disposto a enfrentar desgaste político em nome da recuperação financeira da companhia e, por tabela, da sua própria gestão.
A decisão, aprovada nesta 3ª feira (8/7), atinge em cheio uma estrutura que há décadas acumulava distorções legais e privilégios velados, com aposentados permanecendo em atividade e gerando impacto bilionário nas contas da empresa.
Hoje, a Comurg amarga passivo de R$ 3 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão apenas em ações trabalhistas.
A expectativa com o corte é de economia de R$ 44 milhões por ano.
Mabel já vinha preparando o terreno.
Desde o início do mandato, promoveu cortes na folha de pagamento (redução de 27%) e enxugou os cargos comissionados (de 532 para 102).
Agora, parte para um passo mais radical, amparado por decisão do STF (Tema 1022), que veta a permanência de servidores aposentados em funções após a reforma da Previdência de 2019.
Do total de desligados, 414 se aposentaram após novembro de 2019 e foram demitidos por obrigação legal.
Os demais, 254 aposentados antes da data, foram exonerados por critério de economicidade.
IMAS por 12 meses aos demitidos
“A redução da folha é indispensável para que a Comurg volte a ser viável”, afirmou o prefeito, que garantiu o pagamento das verbas rescisórias e a manutenção do plano de saúde do IMAS por 12 meses aos desligados.
O pagamento do FGTS retroativo (outubro/22 a dezembro/24) já está em andamento.
A rescisão será paga em 18/7 e as homologações ocorrem em 21/7, com apoio do sindicato.
Um marco na gestão e um risco político
Com discurso de que “a Comurg precisa se tornar autossuficiente até outubro”, Mabel mira alto.
Quer preparar a empresa para competir por licitações, firmar contratos com o setor privado e até abrir capital no futuro.
Mas a travessia será turbulenta.
Mexer em estruturas historicamente acomodadas não passa ileso.
A medida terá impacto entre servidores, sindicatos e setores da oposição, que já se movimentam para capitalizar o descontentamento.
Ainda assim, Mabel aposta que o eleitorado valorizará o gestor que enfrenta o problema em vez de empurrar a crise.
A demissão dos aposentados pode ser um ponto de ruptura ou de virada.

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