O segundo edital de chamamento para municípios que poderão receber cursos particulares de medicina foi lançado nesta quinta-feira (2), como parte do Programa Mais Médicos. Foram escolhidos 22 municípios buscando equilibrar regionalmente o número de médicos por habitantes, levando faculdades para locais de difícil fixação desses profissionais.
O edital prevê a abertura de 1.887 vagas nas 22 cidades pré-selecionadas, em oito estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. Todos os municípios apontados têm relação de vagas em cursos de medicina por 10 mil habitantes inferior a 1,34, e o índice de médicos por mil habitantes é menor que 2,7. A medida é uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação.
Antes de esse sistema ser adotado, a abertura de vagas privadas de medicina era proposta pelas instituições de ensino, que indicavam onde queriam abrir faculdade. Com o novo modelo, adotado pelo Programa Mais Médicos, é o governo quem indica onde tem interesse em abrir vagas. Em seguida, as faculdades se candidatam.
“Em vez de perguntar para a instituição privada onde ela quer abrir escola de medicina, o governo, com base em estudos técnicos, avaliando as necessidades e com critérios objetivos, identifica quais cidades e regiões precisam de novas vagas de medicina e têm condições técnicas [de receber o curso]”. explicou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Fixação dos Médicos
Segundo o governo, estudos apontam que ter cursos de medicina e residência médica contribui para a fixação de médicos na região. Chioro ressaltou que a lógica anterior de abertura de faculdades de medicina ocasionou uma concentração de profissionais em capitais e nas regiões Sul e Sudeste.
Chioro acrescentou que essa mudança é um eixo estruturante do Mais Médicos e a contratação de médicos estrangeiros, um eixo emergencial. Até 2017, o governo pretende abrir 11.447 vagas de medicina para que, em 2026, o Brasil possa ter 600 mil médicos. Hoje o país tem em média 400 mil profissionais.
Municípios selecionados
A seleção dos 22 municípios leva em conta critérios como não ser capital e ter mais de 50 mil habitantes, a inexistência de curso de medicina no município e na região próxima, e a cidade ficar a, no mínimo, 75 quilômetros de distância de outra que tenha o curso.
Os municípios que poderão receber cursos de medicina são: São Miguel dos Campos, em Alagoas; Parintins, no Amazonas; Brumado, Irecê, Euclides da Cunha e Senhor do Bonfim, na Bahia; Crateús, Iguatu, Itapipoca, Quixeramobim e Russas, no Ceará; Itumbiara, em Goiás; Chapadinha, Codó e Santa Inês, no Maranhão; Bragança, Breves, Cametá e Castanhal, no Pará; Araripina, Arcoverde e Salgueiro, em Pernambuco.
Agência Brasil
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