Dono e funcionário de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos em Goiatuba, na região sul do estado, foram indiciados pelo crime de tortura após a morte de um paciente.
De acordo com a polícia, Simonides Alves Resende, de 43 anos, era agredido com chutes, socos e até choques elétricos levava enquanto estava internado no local. Segundo o delegado Gustavo Carlos Ferreira, a vítima morreu em virtude do espancamento.
“O que se comprovou através dos laudos do IML é que ele foi vítima de tortura. Ele tinha vários hematomas no corpo e morreu em decorrência de um traumatismo crânio-encefálico. Além disso, testemunhas do local também confirmaram que ele foi submetido a várias torturas como choques elétricos, socos, chutes e até imposição de castigos físicos”, afirmou o delegado.
Vítima
Simonides faleceu em abril deste ano após dois meses internado no centro de reabilitação. Ele estava em tratamento contra dependência química de drogas. Depois da morte, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na clínica. Na época, foi apreendida uma arma que seria de um dos funcionários. Este foi preso e liberado após pagar fiança de R$ 1 mil.
A irmã da vítima não quis ser identificada e diz que não há dúvidas sobre o crime. “Eles bateram tanto na cabeça dele que a cabeça dele chegou a quebrar. Meu irmão foi morto aos poucos, morto torturado aos poucos, então a gente espera justiça”, ela pediu.
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Omissão
De acordo com ex-pacientes da clínica, o valor para um tratamento de sete meses era de R$9 mil. Depois da morte de Simonides, oito pacientes fugiram da clínica. Vários relataram que foram orientados a esconder o que viram dentro do local, se por acaso fossem interrogados pela polícia.
“Não era pra nós falarmos a verdade. Era pra falar que a única coisa que nós vimos ali foi ele caindo no banheiro. Ele pediu pra nós falarmos isso, mas a verdade não foi essa, foi a tortura. Bateu demais nele”, informou um dos internos que também não quis se identificar.
O inquérito foi concluído e está no Ministério Público. Se forem condenados, os dois podem pegar até 16 anos de prisão.
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