Um secretário em apuros, fantasiando contra a realidade
No dia em que mais um caixa eletrônico foi pelos ares em Goiânia, “tirando o sossego” de centenas de inquilinos no cemitério Jardim das Palmeiras, o vice-governador e secretário de (in) Segurança Pública José Eliton revelou novamente qual a sua arma para combater a criminalidade no Estado: a bravata. Ele fez questão de postar em seu perfil nas redes sociais: “Em rede nacional, José Eliton ataca a impunidade”. Uma alusão à entrevista concedida na segunda-feira ao goiano Joel Datena no programa “Brasil Urgente” da Rede Bandeirantes.
A fragilidade que domina a aplicação das leis no Brasil é pública e notória. Enquanto essa realidade não muda, o adestrado Zé “Tolerância” Eliton bem que poderia fazer a sua parte, recuperando o poder de fogo das forças policiais. Mas não, nesse momento sai de cena o secretário exigente, questionador, e entra o auxiliar dissimulado, fugindo de suas responsabilidades. Basta acompanhar a resposta dada por ele quando perguntado pela repórter Rosana Melo (O Popular) sobre as cinco mortes de PMs somente em 2016:
P – Há efetivo suficiente pra cumprir o Procedimento Operacional Padrão da PM, de três militares por viatura em ocorrência?
R – Todos os procedimentos são orientados pelo comando. Não vou discutir essa questão. Estamos diminuindo índices de criminalidade em todo o Estado com esse efetivo e já abrimos concurso público para as forças policiais de Goiás.
Estilo “Rolando Lero” no microfone
Onde já se viu um secretário de Segurança Pública se recusar, sem ficar vermelho, a discutir procedimentos básicos na rotina policial. Resumindo: José Eliton não quer ou mesmo não sabe responder, muito menos autoriza um dos seus subordinados a tentar justificar as lacunas nos efetivos militar e civil.
Como inevitável pré-candidato ao Governo do Estado em 2018, em função da sua condição de vice-governador, José Eliton já debateu internamente com seus auxiliares até que ponto vale a pena carregar a bandeira do homem da segurança em Goiás, do “xerife” falante e enérgico.
O consenso é de que não há mais como abandonar a missão sem sofrer as consequências eleitorais. José Eliton não deixa de ser esforçado, obediente, porém não faz milagre sem policiais suficientes para planejar e executar estratégias. Enquanto isso o secretário segue com seu estilo “Rolando Lero” no microfone, fantasiando contra a realidade. E de pessoas dissimuladas o cemitério Jardim das Palmeiras está cheio, além de parcialmente destruído pela explosão desta madrugada.
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